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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Pedagogia Empreendedora

A Pedagogia Empreendedora adota a construção do sonho coletivo como a primeira etapa no caminho de definição do futuro. Segundo Dolabela (2003) a “estratégia da Pedagogia Empreendedora funda-se em estimular o sonho”, não interferir na construção nem na realização deste, oferecendo apenas “orientação e meios para desenvolver as competências e habilidades para formulá-lo e buscar realizá-lo”. Por abordar o desenvolvimento de capital humano e social, a prática da Pedagogia Empreendedora é o trabalho que deve acontecer juntamente ou anteriormente à aplicação de tecnologias de desenvolvimento.

A implantação da visão empreendedora nas escolas pode ser de grande valia como instrumento de transformação social, por proporcionar à sociedade agentes empreendedores, o qual acredita-se que eles são os impulsionadores da inovação e da criação de riqueza, ajudando a sustentar economias e comunidades em todo mundo. Segundo Bolson (2006, p. 1)

trabalhar o empreendedorismo com crianças é fundamental. Ele é o suporte para o início de uma mudança cultural. É preciso começar, desde tenra idade, a forjar atitudes empreendedoras e mentes planejadoras nas pessoas. A disseminação de uma cultura empreendedora nas escolas poderia modificar os espíritos acomodados, típicos de grande parte da população brasileira. Poderia modificar também o pensamento de origem espiritual, determinista, de muitos brasileiros. São aqueles pensamentos que imobilizam, que roubam a pro-atividade, que jogam o futuro nas mãos de um destino previamente desenhado, ou então, nas forças de alguma divindade que, pretensamente, a tudo e a todos conduz. Poderia ajudar a valorizar mais a figura do empreendedor individual.

O empreendedorismo não é privilégio nas classes mais altas, ele está ao alcance de todos, desde que se tenha um sonho para sonhar e realizar. Dolabela (2003, p. 36) afirma que “a busca constante de realização do sonho é fonte de geração e manutenção do nível emocional que dá ao indivíduo a capacidade de persistir e continuar, apesar dos obstáculos, erros e resultados indesejáveis que encontrar”. Esse realizar baseia-se na inovação ou capacidade de criação ou re-criação do já existente, qualidade inata em nós, que deveria ser incentivada e trabalhada.

A visão empreendedora nas escolas públicas seria muito interessante, na medida em que poderia quebrar tabus e abrir novas perspectivas de realização profissional para alunos que possuem uma visão de futuro um pouco pessimista, em relação às oportunidades de serem indivíduos realizados e felizes.

Dessa forma o empreendedorismo na escola pode contribuir para o resgate da auto-estima de nossos estudantes, descortinando para eles um mundo mais esperançoso, com oportunidades reais de realização pessoal. O terceiro setor (ONGS) tem contribuído de forma paralela na formação de cidadãos empreendedores, mas a responsabilidade poderia ser das instituições públicas que estariam cumprindo com as obrigações sociais. Se ser empreendedor é ser protagonista da própria vida, a escola deveria desenvolver essa mentalidade de construção criativa de seu próprio futuro, como agentes de transformação social.


DOLABELA, Fernando. Pedagogia Empreendedora. São Paulo: Cultura, 2003.

BOLSON, Luiz Eder, A educação é o único caminho para criar uma sociedade mais empreendedora no Brasil. Rio Grande do Sul, 2006. Disponível em: http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/educacao-empreendedora/786/

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