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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Design Instrucional Virtual

Designer instrucional é o profissional que cuida da parte educacional dentro de toda a estrutura do curso a distância, analisando qual é a melhor mídia a ser utilizada, o perfil do aluno, a periodicidade que deve ser exigida, assim como as formas de avaliação mais adequadas, respeitando todos os estilos de aprendizagem e favorecendo as inteligências múltiplas. O Ministério do trabalho e o Ministério da Educação convidaram vários especialistas em EaD de todo o país e de várias instituições acadêmicas e corporativas públicas e privadas para fazer um estudo das competências e atividades do Designer instrucional. De acordo com o Ministério do trabalho em janeiro de 2009, foi incorporado à Classificação Brasileira de Ocupação (CBO) o Designer Educacional, como nomenclatura principal, com sinônimos como Designer instrucional, dentre outros.

Filatro (2004) define a função design instrucional como "a ação institucional e sistemática de ensino, que envolve o planejamento, o desenvolvimento e a utilização de métodos, técnicas, atividades, materiais, eventos e produtos educacionais em situações didáticas específicas”. O DI não precisa ser um especialista no conteúdo do curso que ele elaborará, mas é necessário que tenha conhecimentos satisfatórios para que o aprendizado ocorra. Para isso o DI precisa adquirir e mesclar competências tecnológicas e pedagógicas que devem andar unidas para o sucesso do seu trabalho. Filatro afirma que a instrução é uma atividade de ensino que se utiliza da comunicação para promover a compreensão da informação e nesta perspectiva o aprendizado ocorre de forma que o próprio aluno é ator, construindo seu próprio conhecimento. A mesma autora ressalta também que há quatro áreas de conhecimento que são muito importantes no trabalho do DI: educação, comunicação, gestão e tecnologia. Com as novas tecnologias, novas formas de aprender, novas competências são exigidas, novas formas de se realizar o trabalho pedagógico são necessárias e fundamentalmente a tecnologia serve como mediador do processo ensino-aprendizagem, tecnologias são os meios, os apoios, as ferramentas utilizadas para que os alunos aprendam. O Designer instrucional é um construtor, que atua no encontro entre a educação, a comunicação, a tecnologia e a gestão, sendo capaz de gerenciar equipes e projetos. Diante dessas áreas de conhecimento que o DI deve construir seu trabalho, fica claro que ele também é agente da promoção da acessibilidade no espaço digital. Segundo Torres e Mazzoni :

A acessibilidade no espaço digital consiste em tornar disponível ao usuário, de forma a que possa aceder a ela com autonomia, toda a informação que lhe for franqueável (ou seja, informação para a qual tenha código de acesso, ou seja, de acesso livre para todos), independentemente de suas características orgânicas, sem prejuízos quanto ao conteúdo da informação”. (TORRES e MAZZONI, 2004).


Os mesmos também afirmam que a acessibilidade é obtida combinando-se a apresentação da informação de formas múltiplas, seja com uma simples redundância, ou utilizando-se um sistema automático de transcrição de mídias, com o uso de ajudas técnicas tais, como sistemas de leitura de tela, sistemas de reconhecimento da fala e simuladores de teclado, que maximizam as habilidades dos usuários com limitações associadas a necessidades especiais.

A partir deste conceito de acessibilidade o Designer Instrucional deve reconhecer seu papel determinante de minimizador de diferenças e ampliador de informação, já que deverá utilizar das tecnologias de informação em prol das pessoas com necessidades especiais facilitando a comunicação, o acesso e processamento da informação.

Os Designers Instrucionais devem conhecer e utilizar os programas que promovem a acessibilidade, que são ferramentas ou conjuntos de ferramentas que permitem pessoas com deficiências, as mais variadas, utilizarem os recursos que o computador oferece. Essas ferramentas podem se constituir em leitores de tela para deficientes visuais, teclados virtuais para pessoas com deficiência motora ou com dificuldades de coordenação motora, entre outras. Utilizando essas ferramentas os cursos estarão cada vez mais contribuindo para uma sociedade inclusiva. É conhecido que a tecnologia sozinha não resolve problemas, pois ela deve ser utilizada como mediadora e estar inserida a um contexto maior, no fato, a educação. Na elaboração de cursos de EaD através da internet, isso se repete. Neste cenário, a procura é por criar um ambiente que ultrapasse o presencial convencional para que o aluno se envolva de tal maneira que esqueça o modelo tradicional vivenciado por ele até o momento e fique motivado pelo novo.



CBO – Código Brasileiro de Ocupações. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho. Brasília: MTE, SIT, 2010. Disponível em: http://www.mtecbo.gov.br/ Acesso em 06 mai. 2010.

FILATRO, A. Design instrucional contextualizado: educação e tecnologia. São Paulo: Ed. SENAC, 2004.

TORRES, E. F.; MAZZONI, A. A. Conteúdos digitais multimídia: o foco na usabilidade e acessibilidade. Ci. Inf. vol.33 no. 2 Brasília May/Aug. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-19652004000200016. Acesso em: 10 out. 2009.

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