Este é um espaço para discussão e informação sobre educação em suas diversas modalidades.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA- EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA

Autora: Ana Carolina de Paula da Silva*


A EaD tem crescido em número e em importância no cenário nacional e mundial. O mesmo vem ocorrendo com a chamada Educação Empreendedora.

Segundo Filion (1999 apud Carvalho, 2003. p. 47)

os empreendedores são pessoas que precisam continuar a aprender, não somente sobre o que está acontecendo no seu ambiente, mas também sobre o que fazem para ajustar-se à situação. Enquanto estiverem aprendendo, estarão cumprindo o seu papel e agindo de forma empreendedora. O foco principal do seu processo de aprendizagem é a capacidade de detectar oportunidades, por isso vivem num processo de evolução constante.

A escolha dessa definição de empreendedor apresentada por Filion, casa perfeitamente com a proposta desse artigo: a idéia de que a EaD é por natureza, empreendedora.

A Educação Empreendedora é, portanto, aquela capaz de formar pessoas com perfil empreendedor. E não se está somente falando em negócios, não se quer aqui absolutamente restringir o significado de empreendedorismo e empreendedor.

Carvalho (2003, p. 53) apresenta uma afirmação muito interessante

Hoje o empreendedor é produto da ‘revolução do saber’, pois o recurso mais importante não é mais o dinheiro, e sim o conhecimento, ficando na frente de todas ‘as portas’, e todos passando a depender dele.

A educação é todo o estímulo que o indivíduo obtém do ambiente social durante a sua vida, que tem como objetivo adaptar-se às regras e valores sociais. Portanto, podemos dizer que a educação é a base da construção de um país desenvolvido, e este oferece formação acadêmica geral e multidisciplinar.

Assim, tomando por base as palavras de Carvalho, Pode-se compreender que a educação é a base, o agente transformador da realidade.

Diante disso, num mundo onde o empreendedorismo tem se tornado cada vez mais necessário, era de se esperar que a educação, a escola em si assumisse uma postura empreendedora.

Quando se diz ao longo do trabalho que a EaD rompe paradigmas, é sobre isso que também se está falando.

Tomando por base as características da EaD, não fica nada difícil evidenciar que existem diferenças significativas entre ela e a educação presencial.

A EaD é desafiadora e em conseqüência disso, requer o perfil de um aluno e uma escola diferenciadas.

Para Martins (et alli, 2003. p. 5) o aluno empreendedor é aquele que

Hoje quer a provocação, a interação, a reflexão, a motivação para a sua ação de ‘aprender’. Ele percebe no mercado de trabalho que o ‘modelo fordista’ felizmente acabou. O adestramento cedeu lugar ao conhecimento. A educação passou a ser um ingrediente de produção tão valioso como, por exemplo, a energia.

Em conformidade com os mesmos autores, a escola empreendedora é aquela que

(...) se vale de uma rede de relações – os alunos, os professores, os gestores, os administradores e a sociedade – na busca de sua significação neste cenário de mudanças. É aquela que se pauta por um discurso inovador, capaz de preparar pessoas que assumem, que controlam a responsabilidade sobre seu próprio processo de aprendizagem, que compreendem, representam, planejam, revisam formas, detectam e corrigem seus próprios erros na busca de resultados qualquer que seja o empreendimento. (MARTINS et alli, 2003. p. 2)

Ora, na EaD temos um AVA pautado na interação que constitui a sua base através da exploração das mais diversas ferramentas. No caso da EaD via internet, a forma mais comum na atualidade, as ferramentas utilizadas podem ser síncronas e assíncrona.

Nesses AVA’s o papel do professor é o de estimular, motivar, instigar e promover, das mais diversas maneiras possíveis, a interação entre seus alunos, o ambiente em si e o próprio conteúdo.

O professor na EaD trabalha no intuito de despertar constantemente em seus alunos o interesse e a curiosidade. Para tanto, atua desenvolvendo uma prática pedagógia pro-ativa, no intuito de fazer da EaD uma educação colaborativa e não uma educação distante.

O aluno da EaD, por sua vez, precisa estar ciente de sua responsabilidade para com seus estudos, seu comprometimento, o gerenciamento do tempo, a importância da interatividade e a necessidade de empreender seu próprio conhecimento.

O aluno da EaD não deve se contentar apenas com o material disponibilizado para o curso em questão, mas indo além, buscando através da interação e das ferramentas disponíveis, tecer novos e significativos saberes.

Sendo assim, diante de todas essas afirmações, torna-se possível verificar que, em consonância com as conceituações acima, referentes a escola e aluno empreendedor, associadas às características escritas anteriormente sobre a EaD, pode-se dizer que essa modalidade de ensino é, por sua natureza empreendedora.

*Pedagoga (Universidade Federal de São João Del Rei), Especialista em Educação Empreendedora (Universidade Federal de São João Del Rei), Gestão Pública Municipal Integrada (Universidade federal de Juiz de Fora) e em Alfabetização e Letramento (Universidade Federal de São João Del Rei), professora da rede municipal de São João Dei Rei/MG, com vasta experiência em Educação Infantil, direção e planejamento escolar.

Um comentário:

  1. A Ead hoje tem suma importância no desenvolvimento de municipios onde a educação formal ainda era muito distante. Gostei muito do Texto.
    Flavia Paula Ferreira

    ResponderExcluir