Este é um espaço para discussão e informação sobre educação em suas diversas modalidades.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Organizacao do Espaço e do Tempo na Educação Infantil


Programa do Curso de Pedagogia Unesp/Univesp.A organização do espaço e do tempo faz parte dos Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil (MEC) e é responsável pela rotina das crianças. A equipe da UnivespTV visitou duas escolas, em São Caetano do Sul (SP) e Brasília (DF), onde este conceito é bem aplicado. A visão de especialistas no assunto reforça sua importância para o desenvolvimento infantil.


Cuidar, Educar e Brincar


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Entrevista com Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva sobre Bullying


Entrevista com Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva sobre bullying (violencia escolar), tema do livro de sua autoria - Bullying: mentes perigosas nas escolas.

Programa: Sem Censura
Apresentação: Leda Nagle
Participação: Bernardo Sabino (produtor), Ricardo Tozzi (ator) e George Israel (cantor e compositor).
Exibido em: 01/06/10

Bullying, por quê?

Assista o documentário “Bullying, por quê?” produzido pela escola Getúlio Vargas da cidade de Resende no estado do Rio de Janeiro. 


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Mini Curso: Ferramentas da Web 2.0 na educação: em especial o caso do Twitter (ESUD VIII)

Estão abertas as inscrições para o VIII Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância (ESUD). O evento acontece em outubro, na histórica Ouro Preto, Minas Gerais e tem como tema “A EAD e a transformação da realidade Brasileira”. Podem participar alunos, tutores, professores, coordenadores de pólo, gestores e demais interessados em EAD. Até o dia 9 de setembro, a inscrição tem desconto.

Para se inscrever os interessados devem acessar o link “Inscrição”, no site oficial do evento.

O VIII ESUD acontece entre os dias 3 e 5 de outubro, no Centro de Artes e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A programação contará com palestras nacionais e internacionais, mesas redondas, conferências, minicursos e grupos de discussão, além da apresentação de trabalhos relacionados ao ensino superior a distância. O ESUD contará ainda com diversas atividades culturais na cidade histórica mineira.

Merece destaque o Mini Curso elaborado pela pesquisadora Amanda Tolomelli Brescia “Ferramentas da Web 2.0 na educação: em especial o caso do Twitter”. Brescia sempre disponibiliza textos atuais e dinâmicos nesse blog. Leiam alguns deles:


 
O ESUD é realizado pela Associação Universidade em Rede (UniRede). Nesta edição, o Congresso é organizado por um consórcio de instituições públicas federais do estado de Minas Gerais, as universidades de Juiz de Fora, Ouro Preto, Lavras, Itajubá, Viçosa, Alfenas e São João del Rei.

Outras informações

www.esud2011.ufop.br

www.twitter.com/esud2011

www.facebook.com/esud2011

Tel: (31) 3559 -1931

Assessoria de Comunicação ESUD 2011

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Educação no Brasil: a História das rupturas

Autor: José Luiz de Paiva Bello


Período da Abertura Política (1986 - 2003)

No fim do Regime Militar a discussão sobre as questões educacionais já haviam perdido o seu sentido pedagógico e assumido um caráter político. Para isso contribuiu a participação mais ativa de pensadores de outras áreas do conhecimento que passaram a falar de educação num sentido mais amplo do que as questões pertinentes à escola, à sala de aula, à didática, à relação direta entre professor e estudante e à dinâmica escolar em si mesma. Impedidos de atuarem em suas funções, por questões políticas durante o Regime Militar, profissionais de outras áreas, distantes do conhecimento pedagógico, passaram a assumir postos na área da educação e a concretizar discursos em nome do saber pedagógico.

No bojo da nova Constituição, um Projeto de Lei para uma nova LDB foi encaminhado à Câmara Federal, pelo Deputado Octávio Elísio, em 1988. No ano seguinte o Deputado Jorge Hage enviou à Câmara um substitutivo ao Projeto e, em 1992, o Senador Darcy Ribeiro apresenta um novo Projeto que acabou por ser aprovado em dezembro de 1996, oito anos após o encaminhamento do Deputado Octávio Elísio.

Neste período, do fim do Regime Militar aos dias de hoje, a fase politicamente marcante na educação, foi o trabalho do economista e Ministro da Educação Paulo Renato de Souza. Logo no início de sua gestão, através de uma Medida Provisória extinguiu o Conselho Federal de Educação e criou o Conselho Nacional de Educação, vinculado ao Ministério da Educação e Cultura. Esta mudança tornou o Conselho menos burocrático e mais político.

Mesmo que possamos não concordar com a forma como foram executados alguns programas, temos que reconhecer que, em toda a História da Educação no Brasil, contada a partir do descobrimento, jamais houve execução de tantos projetos na área da educação numa só administração.

O mais contestado deles foi o Exame Nacional de Cursos e o seu "Provão", onde os alunos das universidades têm que realizar uma prova ao fim do curso para receber seus diplomas. Esta prova, em que os alunos podem simplesmente assinar a ata de presença e se retirar sem responder nenhuma questão, é levada em consideração como avaliação das instituições. Além do mais, entre outras questões, o exame não diferencia as regiões do país.

Até os dias de hoje muito tem se mexido no planejamento educacional, mas a educação continua a ter as mesmas características impostas em todos os países do mundo, que é mais o de manter o "status quo", para aqueles que freqüentam os bancos escolares, e menos de oferecer conhecimentos básicos, para serem aproveitados pelos estudantes em suas vidas práticas.

Concluindo podemos dizer que a História da Educação Brasileira tem um princípio, meio e fim bem demarcado e facilmente observável. Ela é feita em rupturas marcantes, onde em cada período determinado teve características próprias.

A bem da verdade, apesar de toda essa evolução e rupturas inseridas no processo, a educação brasileira não evoluiu muito no que se refere à questão da qualidade. As avaliações, de todos os níveis, estão priorizadas na aprendizagem dos estudantes, embora existam outros critérios. O que podemos notar, por dados oferecidos pelo próprio Ministério da Educação, é que os estudantes não aprendem o que as escolas se propõem a ensinar. Somente uma avaliação realizada em 2002 mostrou que 59% dos estudantes que concluíam a 4ª série do Ensino Fundamental não sabiam ler e escrever.

Embora os Parâmetros Curriculares Nacionais estejam sendo usados como norma de ação, nossa educação só teve caráter nacional no período da Educação jesuítica. Após isso o que se presenciou foi o caos e muitas propostas desencontradas que pouco contribuíram para o desenvolvimento da qualidade da educação oferecida.

É provável que estejamos próximos de uma nova ruptura. E esperamos que ela venha com propostas desvinculadas do modelo europeu de educação, criando soluções novas em respeito às características brasileiras. Como fizeram os países do bloco conhecidos como Tigres Asiáticos, que buscaram soluções para seu desenvolvimento econômico investindo em educação. Ou como fez Cuba que, por decisão política de governo, erradicou o analfabetismo em apenas um ano e trouxe para a sala de aula todos os cidadãos cubanos.

Na evolução da História da Educação brasileira a próxima ruptura precisaria implantar um modelo que fosse único, que atenda às necessidades de nossa população e que seja eficaz.

REFERÊNCIAS

LIMA, Lauro de Oliveira. Estórias da educação no Brasil: de Pombal a Passarinho. 3. ed. Rio de Janeiro: Brasília, 1969. 363 p.

PILLETTI, Nelson. Estrutura e funcionamento do ensino de 1o grau. 22. ed. São Paulo: Ática, 1996.

________ . Estrutura e funcionamento do ensino de 2o grau. 3. ed. São Paulo: Ática, 1995.

________ . História da educação no Brasil. 6. ed. São Paulo: Ática, 1996a.

ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da educação no Brasil. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 1991.

domingo, 7 de agosto de 2011

História da Educação - Segunda Parte Ditadura Militar (1964-1985)


RUPTURAS E PERMANÊNCIAS NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

BRASILEIRA: Do regime militar à LDB/96.

Autor: Luís André Oliveira de Assis

O período entre 1964 a 1985 foi, sem dúvida, um dos mais significativos e transformadores da história educacional do Brasil. Uma época marcada pela intervenção militar, pela burocratização do ensino público, por teorias e métodos pedagógicos que buscavam restringir a autonomia dos educadores e educandos, reprimindo à força qualquer movimento que se caracterizasse barreira para o pleno desenvolvimento dos ideais do regime político vigente, conduzindo o sistema de instrução brasileiro a uma submissão até o momento inigualável.

Este momento é um espaço privilegiado para os pesquisadores, que aí encontram diversificadas fontes necessárias à composição do quebra-cabeça que é a história brasileira. Todavia, é difícil e deve-se ter cuidado ao analisar a história recente, isso porque ao pesquisar o que é relativamente atual pode-se encontrar uma série de dificuldades, como explica Schaff:

“... O mais difícil é escrever a história imediata, contemporânea... é inevitável um comprometimento direto nos acontecimentos... é mais difícil dispor de fontes, mais ou menos elaboradas...”. (SCHAFF, 1983, p.11).

Contudo, o enfoque dirigido a esse período não significa que relego a segundo plano os períodos anteriores ou posteriores, mas, centro-me neste, por ser um momento de importantes modificações no cenário social, político e econômico do Brasil, inclusive na esfera educacional, através de reformas pedagógicas que influenciaram as perspectivas educacionais subseqüentes.

Entretanto, ao discutir o sistema de instrução brasileiro, devemos ampliar o panorama analítico, tendo em vista a sua complexidade. Considerando que o mesmo segue uma linha histórica de reformas, projetos e revisões em suas base e, sendo cada período único em suas especificidades, nenhuma época ou objeto histórico pode ser comparado com as demais no sentido de efetuarem-se avaliações ou pré-julgamentos. Estaríamos, assim, cometendo anacronismo e transgredindo as funções da história.

Nos cabe, porém, observar de forma sucinta, as diversas reformas ocorridas desde o período ditatorial, levantando questionamentos sobre as práticas docentes, a formação do professor e o grau de atenção dispensado pelo Estado na valorização de suas funções, bem como do sistema de ensino de uma forma geral. Instalados no poder e tendo se apropriado de toda a máquina pública de forma autoritária, os militares, juntamente com a elite conservadora, esforçaram-se no objetivo de suplantar qualquer manifestação cultural que pusesse em risco a sua estrutura ideológica:

... Procurou-se evidenciar que a política do governo militar empenhou-se na destruição cultural das forças que poderiam resistir à barbárie. Ao se impor pela força, adotando um modelo conseqüente e coerente com a Doutrina de Segurança Nacional, a ditadura mostrou a sua verdadeira natureza em termos culturais. E cumpriu a ‘profecia’ do comandante da invasão da UnB, coronel Darci Lázaro: ‘Se essa história de cultura vai nos atrapalhar a endireitar o Brasil, vamos acabar com a cultura durante trinta anos’. (CHIAVENATO, 2004, p.149).

Neste sentido, os militares não trouxeram qualquer benefício à educação e a cultura brasileira “... Somente uma visão bastante condescente com os ditadores poderia encontrar indícios de algum saldo positivo na herança deixada pela ditadura militar”. Ainda neste raciocínio, cabe perguntar: Dentro de uma perspectiva social, Como esse modelo, baseado na repressão, permeou a mentalidade nacional em meio século XX? Quais as suas promessas e influências diretas ou indiretas nos dias atuais? Por que tais acontecimentos se processaram desta forma? (GHIRALDELLI, 2003, p.121).

Para entendermos as modificações impostas ao sistema de educação do Brasil e as conseqüências diretas e indiretas na sua estrutura, o que é possível percebermos atualmente, faz-se imprescindível a analise do contexto da época, o qual serviu para instauração da ditadura militar. Verificamos aí, além da instabilidade econômica pela qual se encontrava o país, das disputas políticas entre os partidos, além do aumento oposicionista, a insegurança nacional frente à manipulação conservadora contrariando a inserção de uma república comunista ou “pró-soviética”.

O pensamento pejorativo criado propositalmente pelo sistema militar era cabível devido ao estigma constituído em torno dos comunistas. Muitos alimentavam inequívocas e depreciativas informações a seu respeito, além de propagarem a idéia de que, assumindo a totalidade do governo iriam arruinar o Brasil em todos os aspectos, dentre muitos outros conceitos pré-estabelecidos, lançados e facilitados pela manipulação dos meios de comunicações por parte da elite conservadora brasileira.

Havia um terreno propício para o maniqueísmo: Enquanto os Estados Unidos estariam, na mentalidade de alguns, comprometidos com os ideais que consideravam democráticos, ou seja, o bem; a União Soviética seria o mal, influenciando e disseminando os ideais comunistas. De alguma maneira, estas informações, que também circularam no cenário internacional, geraram sérias crises no campo econômico, visto que o Brasil dependia, basicamente, do capital externo (principalmente do EUA), tendo como conseqüências imediatas o aumento da inflação, a desvalorização da moeda nacional, o desemprego em massa, o aumento da criminalidade, a intensificação oposicionista, entre outros fatores, culminando na deposição do então presidente da república João Goulart (O Jango).

Os militares incitaram o sentimento de descontentamento e insegurança da nação, estimulando uma série de expressões públicas contrárias ao governo Jango e, por conseqüência, atingiram o seu principal objetivo: controlar plenamente o Brasil. Também contaram, num primeiro instante, com o apoio de vários segmentos civis, inclusive de empresas privadas e da própria Igreja Católica. Conscientes das suas metas utilizaram-se de um contexto, de um povo, de uma nação cuja fragilidade era detectada facilmente em vários setores da sociedade. A partir de 1968, a ditadura militar, gradativamente, começava a se desprender das forças sociais que as apoiou, intensificando suas ações cada vez mais repressoras. Assim, esta forma adotada pelo regime militar gerou contradições entre os interesses dos setores sociais e dos militares, que passaram a cassar os direitos políticos, perseguir e punir quem se constituísse obstáculo para o sistema.

Neste período, diversos partidos políticos, inclusive o PCB, foram extintos e a democracia, bem como a cidadania, foram restringidas. A censura, muitas vezes contrária à própria razão, a anulação do direito político dos cidadãos, as perseguições políticas, as invasões a estabelecimentos de ensino, a repressão (cada vez maior), os assassinatos, os seqüestros e outras formas desumanas de relacionamento são colocadas em prática neste momento.

Considerada pelos educadores como reflexo da sociedade qual está inserida e a partir de tantas implicações nas estruturas do país, o sistema de educação não poderia ficar imune às transformações cada vez mais intensas. Com a sede de desenvolvimento econômico, o desejo pelo poder e como forma de enquadrar a maior parte da sociedade num sistema político autoritário, os militares desenvolveram um método de ensino centrado em formar pessoas, não para a vida social, mas para o mercado de trabalho. Tentaram adequar o sistema educacional brasileiro aos seus interesses políticos, firmando diversos convênios, entre eles, o acordo entre o Ministério da Educação (MEC) e a United States Agency of Internatinonal Development (USAID). Essa parceria comprovava a subserviência da política governamental brasileira aos interesses políticos e econômicos estadunidenses, abrindo caminho, a certo ponto, à política neoliberal.

O modelo proposto pelo USAID se beneficiou de uma situação concreta: a ascensão das multinacionais criou os seus próprios “intelectuais orgânicos”, que amoldam ou cooptam as elites culturais, e estas, por serem ou sentirem-se ‘elites’, chamam a si a responsabilidade (e o poder) de ditar as regras da cultura... Não é um modelo nascido do nada ou imposto gratuitamente: corresponde a uma necessidade do sistema e a uma conveniência de classe. (CHIAVENATO, 2004: pp.46-47).

A parceria MEC-USAID intencionava para o país uma instrução baseada nos moldes da educação norte-americana. Pregavam um sistema educacional tecnicista, excludente e sem nenhuma atenção à educação básica pública, em suma, não visava desenvolver o senso crítico dos educandos, menos ainda um entendimento real do seu quadro social (que são metas básicas da LDB/96), ao contrário, fazia brotar em cada educando o sentimento involuntário de individualismo, manifestado através da competitividade gerada pelo sistema, uma vez que, as teorias reprodutivistas propagavam a idéia de uma “escola reflexo” da sociedade capitalista.

A concepção de que a instrução era a melhor forma de combater a miséria não fazia parte da mentalidade de quem não queria perder o poder e estava disposto a mantê-lo a todo custo. Para tanto precisavam agir de determinados modos e tomar certas atitudes para que o povo não “despertasse” e entendesse na educação o seu verdadeiro teor:

... Se pautou em termos educacionais pela repressão, privatização do ensino, exclusão de boa parcela dos setores mais pobres do ensino elementar de boa qualidade, institucionalização do ensino profissionalizante na rede pública regular sem qualquer arranjo prévio para tal feito, divulgação de uma pedagogia calcada em técnicas... e não raro confusa legislação educacional.... (HAIDAR & TANURI, 2002,p.59-60).

No que concerne a esfera educacional, observamos, desde o período colonial, diversas modificações em suas estruturas. Muitas delas, senão todas, acompanharam o desenvolvimento e interesses políticos e econômicos do Estado, encontrando-se, quase sempre, numa posição secundária referente aos objetivos principais dos governantes. Na reforma pombalina, nota-se um intrínseco objetivo do Estado em laicizar a educação, atraindoa aos interesses econômicos e políticos do reino, como afirma Haidar e Tanuri:

... Ao afastar os jesuítas e ao assumir a responsabilidade pela instrução pública,Pombal pretendera não apenas renovar o ensino em seus métodos e processos, mas laiciza-lo em seus objetivos, colocando-os a serviço dos interesses civis e políticos do Império Luso. (HAIDAR & TANURI, 2002, p.59-60).

Considerando a distância contextual, na ditadura militar brasileira o objetivo foi um tanto que semelhante, embora (ressalto mais uma vez) cada qual em sua devida época. Os militares transformaram o sistema de instrução em um centro de formação para o mercado de trabalho, principalmente para as empresas multinacionais e para as indústrias, favorecendo prioritariamente aos interesses do Estado.

O Governo do Brasil, juntamente com outras parcerias, objetivando pôr em prática os seus planejamentos econômicos e políticos, reprimiu professores, burocratizou a educação, incluindo-a numa “linha hierárquica” dentro de um sistema militar, concorrendo para a constante perda da autonomia docente. Com essa política repressora e burocrata, os militares conduziram o sistema de ensino brasileiro às modificações em sua estrutura interna e externa, principalmente com as leis 5.540/68 e 5.692/71; reforma universitária e reforma do 2º grau, respectivamente.

A partir dessas reformas no ensino brasileiro, nota-se mais intensamente, um esforço por parte do Estado (comandado pelos militares) em submeter o sistema educacional a uma progressiva desvalorização. A lei nº 5.692/71, assim como a reforma universitária – elaboradas pelos militares - caracterizava a ‘materialização’ dos objetivos de uma determinada classe econômica e política em colocar a educação brasileira completamente sob os seus domínios, inserindo-a numa política cada vez mais rígida e burocrática.

Neste aspecto, as reformas trouxeram muitos retrocessos. Se a educação nunca fora tratada com a real consideração e importância, mesmo existindo, ainda que minimamente, “políticas e planos de educação como instrumentos efetivos de um desenvolvimento desejável”, neste regime político, todas essas possibilidades se esvaíram (AZANHA, 2002, p.111).

Os professores, talvez por serem um dos poucos capazes de influir a sociedade civil, de maneira a lhes abrir a consciência política e com isso lhes fazer entender o contexto pelo qual se encontrava o Brasil, foram duramente reprimidos e reduzidos a exercerem uma educação pautada na subserviência. Com relação à sua formação, o sistema tratou de distanciar cada vez mais ‘o profissional’ da realidade qual enfrentaria após sair da graduação. Havia, dentro dos próprios centros de formação superior e universidades, uma importância maior nas produções frutos de pesquisas científicas do que com a formação pedagógica do professor, como pontua Fonseca:

... Entretanto, durante as últimas três décadas do século XX, predominou o modelo de formação que combinava licenciaturas curtas e plenas de um lado e bacharelado de outro, estruturados com base na dicotomia conhecimentos específicos da disciplina/conhecimentos pedagógicos, preparação para o ensino/preparação para a pesquisa, conhecimentos teóricos/prática... Nos anos 80 ampliaram-se os debates entre os profissionais da área e a luta em defesa de um outro processo de formação,da profissionalização dos professores... A crítica à formação livresca, distanciada da realidade educacional brasileira, à dicotomia bacharelado/licenciatura se processou articulada à defesa de uma formação que privilegiasse o professor/pesquisador... (FONSECA, 2004, p.61-62).

Os militares tentavam a todo o momento, através de decretos, modelos pedagógicos e reformas educacionais, desvaloriza-los de suas funções essenciais: incentivador de cidadãos conscientes política e socialmente, formador de valores morais, de propagador da autonomia democrática... Nesse contexto, os professores, principalmente das ciências humanas e sociais, sofreram conseqüências, a saber, uma formação universitária pautada numa divisão proposital, implicando diretamente na construção da cidadania dos brasileiros, visto que esta é apoiada pela democracia:

... Modelo de formação inicial de professores de História e Geografia, realizados nos cursos de licenciatura curta de estudos sociais, instituídos no Brasil durante a ditadura militar, no interior do projeto de desqualificação estratégica, articulado a diversos mecanismos de controle e manipulação ideológica que vigoraram no Brasil no período do regime militar.... (FONSECA, 2004, p.60-64).

Essas ações, entendidas como antidemocráticas, propiciaram a formação de um modelo educacional onde a figura do professor restringia-se apenas a “transmitir conhecimentos”, avaliar alunos através de provas ou aplicar-lhes punições por infrações cometidas, ou seja, métodos e práticas didáticas que, aos dias atuais, são criticados e contrastados com novas tendências pedagógicas e intitulados como ‘tradicionais’, muito embora sejam realidades continuadas em grande parte das escolas brasileiras.

Face às inúmeras implicações vividas pela Educação Brasileira nas últimas décadas e intensificadas nos últimos dias, comprovadas pela defasagem das suas estruturas físicas e pedagógicas, a carência de condições necessárias para o seu pleno desenvolvimento, a exaustiva carga horária submetida aos professores em geral, a falta de motivação dos educadores e o conseqüente desinteresse dos educandos, sendo estes, resultados ainda da falta de prioridade dispensada por um Estado cada vez mais capitalista, culturalmente empenhado no desenvolvimento econômico e subserviente à modelos políticos internacionais, considero a época que compreende as décadas de 60 e 70 como uma das mais importantes da História brasileira e destaco-a como ponto de partida para a análise e entendimento dos conflitos em que se encontra a educação nacional nos dias atuais.

Muitos são os problemas enfrentados pelo sistema educacional no Brasil. Primeiramente, porque, como já explicitado, nunca fora tratado de forma séria, prioritária. Culturalmente, o Estado sempre colocou a educação em segundo plano, privilegiando apenas uma pequena parcela da população, a elite. Preocupava-se muito mais com a educação desta, sempre bem representada através de práticas políticas por ela elaboradas, enquanto a maior parte carecia de uma formação democrática, qualificada e séria, como alerta Cristovam Buarque:

... No Brasil nunca houve um compromisso de educar as massas brasileiras. A elite brasileira tem uma opção política, explícita ou não, de que basta educar os seus filhos - e ainda está educando mal. No Brasil se investe bem nos filhos dos ricos e basta ver que temos bons colégios particulares. (INEP, 2005).

Associando o que diz a LDB/96: “A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores” com a realidade empiricamente observada na esfera educacional, há constância de práticas referentes a períodos anteriores, ainda que a legislação educacional vigente aponte para novas perspectivas democráticas na formação do indivíduo, como relatado no trecho supracitado. Neste aspecto a educação brasileira não está conseguindo cumprir os seus objetivos, ao menos em nível público, sendo este o padrão possível para a maior parte do Brasil atualmente.

É cada vez mais constante o número de analfabetos, neste caso me refiro ao ‘analfabetismo funcional’, aquele que é, talvez, o mais grave e preocupante. (RIBEIRO, 2005). Esta forma de analfabetismo dentre as outras tantas existentes, se caracteriza pela incapacidade do seu portador de ir mais além da simples aptidão de assinar o próprio nome ou decifrar signos lingüísticos, não sendo capaz de entender ao menos o que lê ou vê, muito menos o que se processa numa estrutura tão complexa como é a política. Além desta modalidade, está o mais tradicional, que é o analfabetismo gerado pela não escolarização.

Adotando esta perspectiva, o sistema educacional não pode e não deve ser responsabilizado solitariamente. A educação não muda a estrutura e a mentalidade social sozinha, ela deve fazer parte de uma conexão com as demais instituições de poder, na intenção de verdadeiramente cumprir os seus objetivos: desenvolver, assegurar e fornecer. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), datada do ano de 2003, 11,06% da população nacional é analfabeta, fato que para um país em vias de desenvolvimento é uma incongruência, constatando, assim, a falta de apoio advinda do Estado e a conseqüente ineficiência do ensino público. (FOLHA DE SÃO PAULO, 2005). O relatório final do grupo de trabalho sobre financiamento da educação, realizado através do MEC, afirma que para elevar um pouco o nível de qualidade da instrução pública, seria necessário 8% do PIB (Produto Interno Bruto), o que atualmente não passa de 4,3%.

O que nos chama a atenção é a semelhança em termos de investimento federal à educação em relação ao período ditatorial: segundo Chiavenato: “... Em 1965, encaminhou-se 11,07% do orçamento federal à educação; nove anos depois, a verba correspondia a apenas 4,95%”. Esses dados nos confirmam ainda mais a influência e as conseqüências oriundas do sistema educacional do regime militar brasileiro. (CHIAVENATO, 2004, p.145).

Trilhando tais caminhos, a educação nossa não está desenvolvendo realmente o educando, muito menos lhes formando a consciência de cidadania ou a noção crítica devida e apontada na LDB/96. Há uma notável diferença naquilo que está escrito e é atribuído como lei geral para aquilo que efetivamente ocorre na prática. Entretanto, seria um equívoco e até injusto afirmar que a LDB/96 não trouxe melhorias ao sistema educacional, principalmente no que concerne às políticas de inclusão social e projetos inéditos, tais como os Parâmetros Curriculares (PCN’s), ainda que insuficientes para a resolução das mazelas do sistema de instrução pública no Brasil, contudo, ainda não houve um observável rendimento na realidade vivida por grande parte da população nacional no que se refere ao desenvolvimento dos objetivos educacionais traçados por estas diretrizes.

O que instiga pesquisar este tema é a evidência de um resquício educacional que ainda perdura nos dias atuais. As diversas dificuldades encontradas pelos professores (da rede pública ou privada), associando-se a falta de incentivo, exploração, opressão, salários incompatíveis ao trabalho desenvolvido, sistema pedagógico ineficiente e burocrático, educandos desmotivados, a submissão do docente a uma sobrecarga exaustiva de trabalho, ficando este impossibilitado de dedicar-se a outras atividades, ou até mesmo à família, devido às atividades que desenvolvem fora do espaço escolar (AC’s), dentre outros problemas que já fazem parte do cotidiano do docente, é fruto, direta ou indiretamente, deste sistema fantasma que, em parte, ainda perdura, simbolizado por algumas de suas práticas.

O sistema político do Brasil, influenciado pelo neoliberalismo, tende a alimentar a não intervenção do Estado na educação, assim como em outros segmentos sociais. Esta idéia há muito defendida pelo sistema político de 64, se faz presente e fornece um perigo intenso. Se com o apoio do Estado a educação caminha com dificuldades, sem esse apoio e com o modelo econômico exploratório e corrupto que vigora no Brasil, o sistema educacional tende a entrar num caos sem medidas, deteriorando o desenvolvimento do país, já que este é medido, segundo Dimenstein, pelo nível de educação do seu povo. (DIMENSTEIN, 2000, p.158).

Mas, assim como a “roda da história”, a educação não é estanque, ela se movimenta gradativamente, e, com base nisto, é válido acreditar que a educação brasileira possa ser caracterizada como uma instituição em vias de mudanças, em processo de redemocratização, de transformações constantes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZANHA, José Mário Pires. “Planos e Políticas de educação no Brasil: Alguns pontos para reflexão”. In: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica (vários autores) São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

BUARQUE, Cristovam. “A educação é uma questão cultural”. (entrevista on line). Disponível na Internet via http://www.inep.gov.br. Acessado em 10 de Agosto de 2005.

CHIAVENATO, Júlio José. O golpe de 64 e a ditadura militar. São Paulo: Moderna, 2004.

DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel: A infância, a adolescência e os direitos humanos no Brasil. São Paulo: Ática, 2000.

FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de História. Campinas: Papirus, 2004.

GHIRALDELLI JR, Paulo. Filosofia e História da Educação Brasileira. São Paulo: Manole, 2003.

HAIDAR, Maria de Lourdes Mariotto & TANURI, Leonor Maria. “A educação Básica no Brasil”. In: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica (vários autores). São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

SCHAFF, Adam. História e verdade. São Paulo: Martins Fontes, 1983.

VIEIRA, Evaldo. Estado e miséria social no Brasil de Getúlio a Geisel. São Paulo: Cortez, 1983.

História da Educação - Primeira Parte Ditadura Militar (1964-1985)

Em 1964, um golpe militar aborta todas as iniciativas de se revolucionar a educação brasileira, sob o pretexto de que as propostas eram “comunizantes e subversivas”.

O Regime Militar espelhou na educação o caráter antidemocrático de sua proposta ideológica de governo: professores foram presos e demitidos; universidades foram invadidas; estudantes foram presos e feridos nos confronto com a polícia e alguns foram mortos; os estudantes foram calados e a União Nacional dos Estudantes proibida de funcionar; o Decreto-Lei 477 calou a boca de alunos e professores.

Neste período deu-se a grande expansão das universidades no Brasil. Para acabar com os “excedentes” (aqueles que tiravam notas suficientes para serem aprovados, mas não conseguiam vaga para estudar), foi criado o vestibular classificatório.

Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização, aproveitando-se a didática do expurgado Paulo Freire. O MOBRAL se propunha a erradicar o analfabetismo no Brasil: não conseguiu. Entre denúncias de corrupção, acabou por ser extinto e, no seu lugar, criou-se a Fundação Educar.

É no período mais cruel da ditadura militar, onde qualquer expressão popular contrária aos interesses do governo era abafada, muitas vezes pela violência física, que é instituída a Lei 5.692, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1971. A característica mais marcante desta Lei era tentar dar a formação educacional um cunho profissionalizante.

Fonte: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb09.htm

História da Educação - República Nova (1946-1963)

História da Educação - Estado Novo (1937-1945)

História da Educação - Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932)


Refere-se a um documento escrito por 26 educadores, em 1932, com o título A reconstrução educacional no Brasil: ao povo e ao governo. Circulou em âmbito nacional com a finalidade de oferecer diretrizes para uma política de educação.

 O texto do manifesto dizia que "se depois de 43 anos de regime republicano, se der um balanço ao estado atual da educação pública, no Brasil, se verificará que, dissociadas sempre as reformas econômicas e educacionais, que era indispensável entrelaçar e encadear, dirigindo-as no mesmo sentido, todos os nossos esforços, sem unidade de plano e sem espírito de continuidade, não lograram ainda criar um sistema de organização escolar, à altura das necessidades modernas e das necessidades do país".

Segundo o documento, a causa principal dos problemas na educação está na "na falta, em quase todos os planos e iniciativas, da determinação dos fins de educação (aspecto filosófico e social) e da aplicação (aspecto técnico) dos métodos científicos aos problemas de educação". Os 26 educadores entendiam que "nunca chegamos a possuir uma cultura própria, nem mesmo uma cultura geral que nos convencesse da existência de um problema sobre objetivos e fins da educação".

O grupo defendia novos ideais de educação e lutavam contra o empirismo dominante. Para tanto, defendiam "transferir do terreno administrativo para os planos político-sociais a solução dos problemas escolares".

A educação nova, segundo o texto do manifesto, propunha "servir não aos interesses de classes, mas aos interesses do indivíduo, e que se funda sobre o princípio da vinculação da escola com o meio social". Ou seja, o objetivo era ter um "ideal condicionado pela vida social atual, mas profundamente humano, de solidariedade, de serviço social e cooperação".

Os educadores de 1932 que assinaram o manifesto diziam que a escola tradicional estava instalada para uma concepção burguesa, deixando o indivíduo numa autonomia isolada e estéril. O documento defendia ainda: educação como uma função essencialmente pública; a escola deve ser única e comum, sem privilégios econômicos de uma minoria; todos os professores devem ter formação universitária; o ensino deve ser laico, gratuito e obrigatório.

A democracia no Brasil era um dos pontos importantes abordado no manifesto de 1932. A educação era vista como instrumento de reconstrução da democracia, permitindo a integração dos diversos grupos sociais. Nesse sentido, o governo federal deveria defender bases e princípios únicos para a educação, mas sem ignorar as características regionais de cada comunidade.

Citação bibliográfica:

MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos."Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova" (verbete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2002.

História da Educação - Segunda República (1930-1936)

História da Educação - República Velha (1889-1929)

História da Educação - Período Pombalino (1760-1808)

História da Educação - Período Jesuítico (1549-1759)

Produção: Univesp TV

sábado, 6 de agosto de 2011

História da Educação - Fim da Idade Média e o surgimento do Renascimento


Significado de alguns termos usados na apresentação
Vicissitude - Mudança das coisas que se sucedem; alternativa, alternância: a vicissitude das estações. Eventualidade, acaso, azar: as vicissitudes da fortuna.
Revés: as vicissitudes da vida. Instabilidade das coisas; volubilidade: as vicissitudes do caráter humano.

Antropocentrismo que vem do Renascimento (do grego άνθρωπος, anthropos, "humano"; e κέντρον, kentron, "centro") é uma concepção que considera que a humanidade deve permanecer no centro do entendimento dos humanos, isto é, o universo deve ser avaliado de acordo com a sua relação com o Homem. É normal se pensar na ideia de "o Homem no centro das atenções". As palavras compostas pelo antropocentrismo são ANTROPO que significa homem e CENTRISMO que significa centro. Isto é, quer dizer que o homem é o centro de todas as coisas do universo.

Hedonismo - O hedonismo (do grego hedonê, "prazer", "vontade") é uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer o supremo bem da vida humana. Surgiu na Grécia, e importantes representantes foram Aristipo de Cirene e Epicuro. O hedonismo filosófico moderno procura fundamentar-se numa concepção mais ampla de prazer entendida como felicidade para o maior número de pessoas.
O significado do termo em linguagem comum, bastante diverso do significado original, surgiu no iluminismo e designa uma atitude de vida voltada para a busca egoísta de prazeres materiais. Com esse sentido, "hedonismo" é usado de maneira pejorativa, visto normalmente como sinal de decadência.

História da Educação - A Educação na Idade Média


A Igreja no período medieval

A Igreja católica surgiu durante o Império Romano, mas foi durante a Idade Média que se consolidou como a mais importante instituição da Europa ocidental. Naquela época, não havia quem duvidasse da existência de Deus: ser católico era tão natural quanto o ato de respirar. A partir do século XV, os europeus levariam sua cultura para diversas regiões do mundo
 
Principal poder espiritual e temporal na Europa durante a Idade Média, a Igreja Católica, além de ser a única instituição com ramificações em todas as regiões e lugarejos, possuía muitas terras e riquezas e era obedecida e temida pela quase totalidade dos habitantes.

Sabe-se que a Igreja chegou a possuir mais de um terço de todas as terras da Europa Ocidental. As origens desta acumulação de bens materiais ainda hoje causam polêmicas entre os historiadores.

Alguns apontam o complexo sistema de cobranças de impostos e de indulgências como principal origem dos bens da Igreja. Além do dízimo, 10% das rendas de cada fiel, os padres cobravam pesados tributos dos camponeses que viviam nas terras do clero e, em períodos excepcionais, promoviam a venda de indulgências nos lugarejos, nas vilas e nas cidades.

Para outros, a posse de terras pela Igreja provinha principalmente das doações feitas por fiéis arrependidos dos seus pecados e por nobres e reis, que entregavam parte de suas conquistas de guerra. Além disso, com o movimento das Cruzadas, a própria Igreja conquistou extensas áreas territoriais.

Junto a toda essa riqueza, a Igreja acumulou cultura e conhecimento, pois controlava grande parte do saber herdado da Antiguidade Clássica. Os mosteiros medievais ficaram célebres por sua política de hospitalidade, dando abrigo temporário a peregrinos e andarilhos e pelas minuciosas e caprichosas cópias manuais de textos e livros da Antiguidade Clássica. Como os livros, pergaminhos, manuscritos e documentos ficavam nos mosteiros e nas universidades da igreja, os padres detinham praticamente o monopólio da cultura erudita que, segundo a visão predominante na época, representava um perigo para as mentes e as crenças cristãs.

O próprio sistema de organização e hierarquia da Igreja medieval ajudava a garantir a consolidação do seu poder, e o papa, como representante máximo do poder espiritual, acumulou também poder político ou temporal. Por ser a única autoridade reconhecida como universal, ele agia como árbitro nos conflitos entre reinos e impérios.

 Segundo a classificação bastante simplificada da época, a sociedade medieval estaria dividida em três ordens: a Igreja, Primeira Ordem, tinha a função de orar; os nobres pertenciam à Segunda Ordem, com a missão de garantir a segurança, ou seja, guerrear; e a Terceira ordem era composta pelos trabalhadores, que deveriam prover as necessidades das duas primeiras ordens.
 
Assim como tudo na sociedade medieval, a primeira Ordem tinha sua própria hierarquia: o Alto Clero, composto pelo papa, bispos, cardeais e abades; e o Baixo Clero, formado pelos clérigos, padres e monges. A maioria dos membros da Igreja provinha de famílias nobres, que impunham a formação religiosa aos seus filhos não-primogênitos, mesmo que não tivessem vocação ou vontade de servir a Igreja.

Com presença e atuação ostensivas, a Igreja impôs seus valores e crenças e criou na Europa daquele tempo uma atmosfera de religiosidade que se manifestava até nas mais simples atividades cotidianas: ao nascer, o indivíduo recebia o sacramento do batismo, ao casar, o do matrimônio e ao morrer, a extrema-unção (também era enterrado no cemitério da Igreja); a contagem e divisão do tempo era baseada em acontecimentos religiosos, assim como as festas e o descanso semanal.

O poder da Igreja era tão grande nessa época que aqueles que enfrentavam seu poder eram chamados de hereges ou infiéis. Herege é uma palavra de origem grega, que significa “aquele que escolhe”, mas na Idade Média passou a denominar a pessoa ou o grupo que defendia doutrina contrária à Igreja ou discordava dos seus dogmas, das suas verdades.
 
Para enfrentar os hereges e consolidar seu poder na sociedade, a Igreja Católica instituiu o Tribunal do Santo Ofício que perseguia os hereges e aqueles que tinham comportamentos e preferências contrários aos seus ensinamentos morais e disciplinares.

História da Educação - Educação Romana

Extraído de: http://www.youtube.com/watch?v=i63u9pVdQvA

História da Educação - O Helenismo e a Educação

Trata-se de uma época que se delineia uma cultura cada vez mais científica, mais especializada, mais articulada em formas diferenciadas entre si tanto pelos objetos quanto pelos métodos: é a época em que se desenvolve a ciência física em formas quase experimentais, em que apresentam a filosofia e a historiografia em formas amadurecidas, em que cresce a astronomia tanto quanto a geometria e a matemática, como também a botânica, a zoologia, a gramática, dando vida a uma enciclopédia bastante complexa do saber.

Nesta época desenvolvem-se alguns centros de cultura: Rodes, Pérgamo, Alexandria; Alexandria em particular – fundada por Alexandre Magno em 932 a. C. no Egito - , com a biblioteca e o museu, afirma-se como o centro de toda cultura helenística, literária, filosófica e científica.

A Paidéia no período helenístico pode ser compreendida como uma orientação de vida, ou seja, apresentava-se como um conjunto de orientações seguras, que indicavam o caminho da felicidade. Os “novos” educadores, além de ensinar o homem a especular em torna da verdade, buscavam enfatizar que era preciso aprender a viver de forma virtuosa. A vivência das virtudes era a garantia de uma vida feliz, por isso, a transmissão e a prática dos valores tornou-se o conteúdo primordial das escolas nesse período.

História da Educação - A Educação Ateniense


A educação ateniense difere profundamente da educação espartana, quer pela sua organização, quer pelo seu espírito. É nela que vamos encontrar o humanismo pedagógico com o seu culto da liberdade civil e a sua preocupação pelo desenvolvimento harmonioso da personalidade.

A educação ateniense não foi obra de uma legislação, nem resultou de um sistema público de educação. Toda a organização educacional de Atenas foi fruto da iniciativa particular e a sua irradiação florescente originou-se do idealismo do povo grego e do seu amor ardente pelas ciências e pelas artes. Isso se tornou possível graças à absoluta liberdade de ensinar e aprender que reinava em Atenas.

A educação ateniense compreendia a educação intelectual ou da música e a educação física ou ginástica. A educação diferenciava-se ainda de acordo com a idade dos educandos, dividindo-se em dois ciclos: a educação da infância que se estendia até os 15 anos e a educação da juventude ou dos efebos que se prolongava até os 20 anos.




História da Educação - Educação na Cidade Grega de Esparta


Na Antiguidade, a cidade-estado grega de Esparta era muito voltada para as atividades militares. Desta forma, a educação recebeu forte influência da área militar.

Extremamente rigorosa, a educação espartana tinha como objetivo principal formar soldados fortes, valentes e capazes para a guerra. Logo, as atividades físicas eram muito valorizadas.

Por volta dos sete anos de idade, os meninos espartanos eram levados por suas mães para uma espécie de escola, onde as atividades físicas seriam trabalhadas. Já na adolescência, entravam em contado com a utilização de armas de guerra.

O senso crítico e artístico não eram valorizados em Esparta, pois os jovens estudantes tinham que aprender a aceitar ordens dos superiores e falar somente o necessário.

As meninas espartanas também tinham uma educação específica. A educação feminina tinha como objetivo formar boas esposas e mães. Elas também participavam de atividades desportivas e torneios. A função deste tipo de educação para as meninas era formar mulheres saudáveis e fortes, para que pudessem, futuramente, dar a luz a soldados saudáveis e fortes para Esparta.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Redes Sociais e Educação

Autora: Amanda Tolomelli Brescia

O crescimento das Novas Tecnologias de Interação e Comunicação (NTICs) nos últimos anos é um dos motivos da Educação a Distância ter avançado tanto no Brasil e atingindo tantas localidades onde antes não era possível chegar o ensino superior e técnico.

Com este crescimento das NTICs percebe-se o aumento de espaços que promovem a interação, a interatividade e também o processo de ensino e aprendizagem na internet.

Um desses espaços que estamos começando a enxergar como espaço de ensino e aprendizagem são as redes sociais. Quem nunca ouviu falar em Orkut, Facebook, Twitter, entre outras redes?

Rede social é uma representação dos relacionamentos que temos em nosso dia a dia, porém mediado por tecnologias que podem ser um computador ou até mesmo um celular (ou você nunca viu um celular que acessa as redes sociais... não? Procure nas lojas do ramo e veja o quanto são interessantes).

Mas, você pode estar neste momento fazendo duas perguntas: Porque utilizar redes sociais se eu posso ter um contato físico em meu dia a dia com as pessoas de meu convívio social; e onde entra a educação nas redes sociais?

Respondendo à sua primeira pergunta digo que ao utilizar as Redes Sociais estamos encurtando distâncias. Eu posso ter contato físico diário com meus colegas de trabalho, meus familiares, vizinhos, colegas de sala, etc... mas e aqueles parentes e amigos que estão temporariamente ou permanentemente morando fora da mesma cidade que eu? Não podemos ter contato diariamente, não podemos encontrar para contar as novidades, não conseguimos mostrar fotografias dos lugares que estes familiares e/ou amigos estão, mas através das Redes Sociais isto é possível. É possível, por exemplo, que eu esteja no Japão (sim, lá do outro lado do mundo) e fotografe um prédio que estou visitando e envie pelo Twitter ou pelo Facebook esta foto que será vista em poucos segundos, por todos os meus amigos no resto do mundo.

Agora a segunda pergunta que é onde entra a educação nas redes sociais? Bem, podemos pensar em diversas formas, não existe certo ou errado, acredito que o que deve ser mais considerado na hora da escolha da Rede e de como utilizá-la é o perfil da turma, qual a média de idade, qual a finalidade esperada para aquela utilização, qual o nível de conhecimento da turma (e também do professor) sobre Redes Sociais, qual o nível de interação que está sendo buscada e quais informações devem ser trocadas. Muitos aspectos, não é mesmo.

Seguem exemplos das Redes Sociais mais utilizadas hoje no Brasil:

Twitter: Envio de rápidos recados, lembretes aos alunos, pois as mensagens enviadas por esta rede comportam apenas 140 caracteres.

LinkedIn: Rede Social que tem por finalidade primeira a troca de informações profissionais, exibindo o currículo cadastrado e possibilitando a formação de network (rede de contatos profissionais). Outra possibilidade desta rede é a de indicações profissionais, recomendações pelos pares, e explanação sobre os projetos desenvolvidos durante a carreira, o que pode facilitar quando empresas utilizam esta rede na busca por profissionais de uma determinada área.

Facebook: Esta é uma Rede Social mais completa e que vem ganhando maior visibilidade a cada dia. Com muita facilidade é possível compartilhar imagens, vídeos, links e comentar postagens feitas por colegas. Compõe também seu quadro de ferramentas um aplicativo de mensagens instantâneas, onde você pode ver quem está online e conversar com esta pessoa, assim como fazemos no aplicativo MSN.

Orkut: Além de algumas das funcionalidades do Facebook, possui também a possibilidade de criação de comunidades temáticas que podem ser compostas, entre outras funções, por fóruns de discussão, reunindo pessoas com objetivos comuns, que compartilham pensamentos, gostos, trocam experiências sobre um determinado tema, por exemplo: em uma comunidade de pessoas que estudam um determinado assunto, podemos trocar experiências sobre o tema, saber opiniões sobre um determinado livro, se é o melhor sobre o tema que estamos pesquisando, entre outras informações.

GoogleDocs: Esta é uma das ferramentas do grupo Google que permite que um texto, ou uma planilha ou ainda uma apresentação seja compartilhada e produzida colaborativamente pelas pessoas que fazem parte de um grupo que tem acesso à este arquivo. Esta ferramenta possibilita a construção de trabalhos em grupos mesmo à distância, encurtando o espaço que possa existir, como se todos os membros do grupo estivessem reunidos em uma mesa de trabalho.

* Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado de Minas Gerais (2007), Especialista em Gestão de Pessoas e Projetos Sociais pela Universidade Federal de Itajubá pelo projeto UAB (2009) e atualmente cursando especialização em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância pela Universidade Federal Fluminense (2010). É autora de materiais didáticos para cursos a distância, tutora a distância e possui experiência como Orientadora Pedagógica de EaD. Atua também como tutora a distância no curso de especialização lato sensu em Produção de Material Didático para a Diversidade pela Universidade Federal de Lavras, em parceria com a UAB e co-responsável pela coordenação pedagógica do E-tec do CEFET-MG. É aluna regular do Mestrado em Educação Tecnológica do CEFET-MG.

Assista também ao vídeo produzido pela Euronews:

Abertas 30 mil vagas para cursos de licenciatura

Professores em exercício na rede pública de educação básica podem realizar pré-inscrições para cursos de licenciatura presenciais até o dia 10 de setembro. Cerca de 30 mil vagas para cursos que terão início no primeiro semestre de 2012 serão oferecidas pelo Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica – Parfor Presencial.

Estão sendo ofertados diferentes cursos: de primeira licenciatura, para professores em exercício na rede pública da educação básica sem formação superior; de segunda licenciatura, para professores em exercício na rede pública da educação básica, há pelo menos três anos, em área distinta da sua formação inicial, e formação pedagógica, para professores em exercício na rede pública da educação graduados mas não licenciados.

Distrito Federal – Uma das novidades dessa rodada de pré-inscrições é a participação inédita do Distrito Federal, que recentemente aderiu ao plano. O DF possui cerca de 800 professores que atuam nas escolas públicas, sem formação adequada para lecionar.

Além do DF, serão oferecidos cursos em 23 estados da federação. Piauí e Sergipe não dispõem de vagas nesta edição. Para saber quais as instituições de ensino superior, cursos e número de vagas estão sendo ofertados, bem como realizar sua pré-inscrição, os professores devem acessar a Plataforma Freire, sistema informatizado do MEC para gestão da formação.
 
Após esse período, as pré-inscrições deverão ser validadas pela secretaria de educação estadual ou municipal à qual o professor em exercício estiver vinculado, no período de 11 de setembro a 8 de outubro.

Dúvidas sobre o Parfor Presencial podem ser esclarecidas pelo telefone 0800 616161, opção 7.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

REFERENCIAIS DE QUALIDADE PARA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA

Não há um modelo único de educação à distância! Os programas podem apresentar diferentes desenhos e múltiplas combinações de linguagens e recursos educacionais e tecnológicos. A natureza do curso e as reais condições do cotidiano e necessidades dos estudantes são os elementos que irão definir a melhor tecnologia e metodologia a ser utilizada, bem como a definição dos momentos presenciais necessários e obrigatórios, previstos em lei, estágios supervisionados, práticas em laboratórios de ensino, trabalhos de conclusão de curso, quando for o caso, tutorias presenciais nos pólos descentralizados de apoio presencial e outras estratégias.

Apesar da possibilidade de diferentes modos de organização, um ponto deve ser comum a todos aqueles que desenvolvem projetos nessa modalidade: é a compreensão de EDUCAÇÃO como fundamento primeiro, antes de se pensar no modo de organização: A DISTÂNCIA.

Assim, embora a modalidade a distância possua características, linguagem e formato próprios, exigindo administração, desenho, lógica, acompanhamento, avaliação, recursos técnicos, tecnológicos, de infra-estrutura e pedagógicos condizentes, essas características só ganham relevância no contexto de uma discussão política e pedagógica da ação educativa.

Disto decorre que um projeto de curso superior a distância precisa de forte compromisso institucional em termos de garantir o processo de formação que contemple a dimensão técnico-científica para o mundo do trabalho e a dimensão política para a formação do cidadão.

Devido à complexidade e à necessidade de uma abordagem sistêmica, referenciais de qualidade para projetos de cursos na modalidade a distância devem compreender categorias que envolvem, fundamentalmente, aspectos pedagógicos, recursos humanos e infra-estrutura. Para dar conta destas dimensões, devem estar integralmente expressos no Projeto Político Pedagógico de um curso na modalidade a distância os seguintes tópicos principais:

•Concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem;
•Sistemas de Comunicação;
•Material didático;
•Avaliação;
•Equipe multidisciplinar;
•Infra-estrutura de apoio;
•Gestão Acadêmico-Administrativa;
•Sustentabilidade financeira.

Equipe Multidisciplinar

Em educação a distância, há uma diversidade de modelos, que resulta em possibilidades diferenciadas de composição dos recursos humanos necessários à estruturação e funcionamento de cursos nessa modalidade.

No entanto, qualquer que seja a opção estabelecida, os recursos humanos devem configurar uma equipe multidisciplinar com funções de planejamento, implementação e gestão dos cursos a distância, onde três categorias profissionais, que devem estar em constante qualificação, são essenciais para uma oferta de qualidade:
 
· docentes;
· tutores;
· pessoal técnico-administrativo.

Seguem os detalhes das principais competências de cada uma dessas classes funcionais.
 
Docentes

Em primeiro lugar, é enganoso considerar que programas a distância minimizam o trabalho e a mediação do professor. Muito pelo contrário, nos cursos superiores a distância, os professores vêem suas funções se expandirem, o que requer que sejam altamente qualificados. Em uma instituição de ensino superior que promova cursos a distância, os professores devem ser capazes de:

a) estabelecer os fundamentos teóricos do projeto;
b) selecionar e preparar todo o conteúdo curricular articulado a procedimentos e atividades pedagógicas;
c) identificar os objetivos referentes a competências cognitivas, habilidades e atitudes;
d) definir bibliografia, videografia, iconografia, audiografia, tanto básicas quanto complementares;
e) elaborar o material didático para programas a distância;
f) realizar a gestão acadêmica do processo de ensino-aprendizagem, em particular motivar, orientar, acompanhar e avaliar os estudantes;
g) avaliar-se continuamente como profissional participante do coletivo de um projeto de ensino superior a distância.

O projeto pedagógico deve apresentar o quadro de qualificação dos docentes responsáveis pela coordenação do curso como um todo, pela coordenação de cada disciplina do curso, pela coordenação do sistema de tutoria e outras atividades concernentes. É preciso a apresentação dos currículos e outros documentos necessários para comprovação da qualificação dos docentes, inclusive especificando a carga horária semanal dedicada às atividades do curso. Além disso, a instituição deve indicar uma política de capacitação e atualização permanente destes profissionais.

Tutores

O corpo de tutores desempenha papel de fundamental importância no processo educacional de cursos superiores a distância e compõem quadro diferenciado, no interior das instituições. O tutor deve ser compreendido como um dos sujeitos que participa ativamente da prática pedagógica. Suas atividades desenvolvidas a distância e/ou presencialmente devem contribuir para o desenvolvimento dos processos de ensino e de aprendizagem e para o acompanhamento e avaliação do projeto pedagógico. Um sistema de tutoria necessário ao estabelecimento de uma educação a distância de qualidade deve prever a atuação de profissionais que ofereçam tutoria a distância e tutoria presencial.

A tutoria a distância atua a partir da instituição, mediando o processo pedagógico junto a estudantes geograficamente distantes, e referenciados aos polos descentralizados de apoio presencial. Sua principal atribuição deste profissional é o esclarecimento de dúvidas através fóruns de discussão pela Internet, pelo telefone, participação em videoconferências, entre outros, de acordo com o projeto pedagógico. O tutor a distância tem também a responsabilidade de promover espaços de construção coletiva de conhecimento, selecionar material de apoio e sustentação teórica aos conteúdos e, freqüentemente, faz parte de suas atribuições participar dos processos avaliativos de ensino-aprendizagem, junto com os docentes.

A tutoria presencial atende os estudantes nos pólos, em horários pré-estabelecidos. Este profissional deve conhecer o projeto pedagógico do curso, o material didático e o conteúdo específico dos conteúdos sob sua responsabilidade, a fim de auxiliar os estudantes no desenvolvimento de suas atividades individuais e em grupo, fomentando o hábito da pesquisa, esclarecendo dúvidas em relação a conteúdos específicos, bem como ao uso das tecnologias disponíveis. Participa de momentos presenciais obrigatórios, tais como avaliações, aulas práticas em laboratórios e estágios supervisionados, quando se aplicam. O tutor presencial deve manter-se em permanente comunicação tanto com os estudantes quanto com a equipe pedagógica do curso.

Cabe ressaltar que as funções atribuídas a tutores a distância e a tutores presenciais são intercambiáveis em um modelo de educação a distância que privilegie forte mobilidade espacial de seu corpo de tutores.

Em qualquer situação, ressalta-se que o domínio do conteúdo é imprescindível, tanto para o tutor presencial quanto para o tutor a distância e permanece como condição essencial para o exercício das funções. Esta condição fundamental deve estar aliada à necessidade de dinamismo, visão crítica e global, capacidade para estimular a busca de conhecimento e habilidade com as novas tecnologias de comunicação e informação. Em função disto, é indispensável que as instituições desenvolvam planos de capacitação de seu corpo de tutores. Um programa de capacitação de tutores deve, no mínimo, prever três dimensões:

· capacitação no domínio específico do conteúdo;
· capacitação em mídias de comunicação; e
· capacitação em fundamentos da EaD e no modelo de tutoria.

Por fim, o quadro de tutores previstos para o processo de mediação pedagógica deve especificar a relação numérica estudantes/tutor capaz de permitir interação no processo de aprendizagem.
 
O corpo técnico-administrativo

O corpo técnico-administrativo tem por função oferecer o apoio necessário para a plena realização dos cursos ofertados, atuando na sede da instituição junto à equipe docente responsável pela gestão do curso e nos pólos descentralizados de apoio presencial. As atividades desempenhadas por esses profissionais envolvem duas dimensões principais: a administrativa e a tecnológica.

Leia o texto na íntegra: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - REFERENCIAIS DE QUALIDADE PARA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA, 2007.