Este é um espaço para discussão e informação sobre educação em suas diversas modalidades.

sábado, 30 de julho de 2011

O papel do docente na EaD

Autora: Amanda Tolomelli Brescia

Neste artigo iremos tratar um pouco sobre qual é o papel que o educador deve assumir frente a Educação a Distância. Como agir? O que ele precisa conhecer para continuar atualizado? Como motivar o aluno a persistir mesmo com todos os afazeres diários?

Existem diferentes fatores que tornam o ensino ministrado através de um Ambiente Virtual de Aprendizagem diferente do que acontece dentro de sala de aula. A diferença básica é que na Educação a Distância o professor não consegue visualizar a linguagem corporal de seus alunos e não consegue saber como eles estão reagindo a um determinado texto, matéria ou comentário feito pelo professor.

Um fator que pode dificultar o trabalho do professor é que toda a mediação pedagógica é realizada com o auxílio de ferramentas de tecnologias de informação e comunicação. Os melhores professores da EaD são aqueles que tem empatia com a utilização de tais ferramentas e com as personalidades e diferentes maneiras de aprender de seus alunos. Existem designers de cursos que acreditam que o material didático do curso não deva ser apresentado aos alunos sob diferentes óticas, mas sim o professor deve explorá-lo, detalhá-lo de diferentes maneiras.

Uma questão que ainda é bastante pertinente refletirmos é se todos os professores que atuam em sala de aula de maneira eficaz e eficiente podem também ser bons professores da EaD e a resposta é “depende”. Depende de sua maneira de lidar com as tecnologias de informação e comunicação, depende da maneira como ele enxerga os alunos, não como uma tábula rasa ou como um “cofre” que precisa ter o conhecimento depositado ou escrito nele para que ele o tenha. É preciso mudar a visão que temos de nossos alunos, deixando de enxergá-los como pessoas que não tem nada a contribuir e passando a considerá-los homens e mulheres, em sua maioria adultos, que sabem o que querem e que escolheram esta modalidade de educação por algum motivo e não por falta de motivo.

O professor tutor (como é designado o professor na Educação a Distância) tem alguns papéis que o professor de sala de aula normalmente não tem, ou esqueceu-se de desenvolver, sendo:

- Elaborar o conteúdo do curso (materiais, atividades não avaliativas, atividades avaliativas, etc);

- Supervisionar e ser o moderador nas discussões que acontecerem dentro de um fórum de discussões;

- Dar nota e feedback positivo e negativo do desenvolvimento do aluno, de maneira individualizada e personalizada;

- Manter a organização e o registro das entregas de atividades e participações dos alunos;

- Ajudar os alunos a organizarem seu tempo e a gerenciarem seus estudos;

- Motivar os alunos a permanecerem no curso inicialmente escolhido;

- Defender os interesses dos alunos junto à coordenação do curso, auxiliando-os em questões administrativas, técnicas ou e aconselhamento;

- Avaliar os alunos de maneira processual e holística.

Estas são apenas algumas ações que enumerei para que vocês começassem a compreender a dimensão do trabalho do trabalho do professor tutor.

Facilitar a interação entre os alunos e o tutor, entre eles próprios, entre eles e o Ambiente Virtual de Aprendizagem, com o Material Didático e com toda a comunidade acadêmica também é papel do tutor.

O papel do tutor não é um papel fácil, que qualquer profissional pode desempenhar, mas sim um papel trabalhoso, que requer cuidados e atenções, possivelmente maiores, que as de um professor da modalidade presencial.

É importante ressaltar que a EaD se constitui como uma modalidade educacional que requer do aluno muita disciplina, organização, uma dose de autodidatismo, além de maturidade. O tutor deve estar atento e acompanhar as reações, habilidades e dificuldades de cada aluno, fazer intervenções e dar orientações, na medida certa.
 
* Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado de Minas Gerais (2007), Especialista em Gestão de Pessoas e Projetos Sociais pela Universidade Federal de Itajubá pelo projeto UAB (2009) e atualmente cursando especialização em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância pela Universidade Federal Fluminense (2010). É autora de materiais didáticos para cursos a distância, tutora a distância e possui experiência como Orientadora Pedagógica de EaD. Atua também como tutora a distância no curso de especialização lato sensu em Produção de Material Didático para a Diversidade pela Universidade Federal de Lavras, em parceria com a UAB e co-responsável pela coordenação pedagógica do E-tec do CEFET-MG. É aluna regular do Mestrado em Educação Tecnológica do CEFET-MG.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A importância da afetividade no relacionamento virtual

Autores: Valquiria Silva / Eveline Calabresi / Maykon Andersom / Claudia Carrera Diniz / Renata Coelho

As relações entre professor-aluno e aluno-aluno sempre foram e sempre serão motivos de preocupação das pessoas relacionadas com educação, visto que não há dúvidas que estas relações influenciam diretamente no processo de ensino aprendizagem.

As pessoas, de um modo geral, necessitam se relacionar. Desde os primórdios, quando os seres humanos começaram a viver em sociedade, procuram maneiras de melhorar essas relações, daí surgiram, por exemplo, as regras, que mais tarde viraram leis que auxiliaram nesse processo.

A partir da evolução da cultura humana, afetividade começou a ter um papel muito importante nas relações interpessoais. Afetividade esta, que já começa no âmbito familiar, onde as pessoas já ao nascerem, são acolhidas por laços afetivos que duram a vida inteira.

A afetividade no contexto social e educacional

O desenvolvimento humano não acontece somente relacionado aos aspectos cognitivos, mas também e principalmente aos aspectos afetivos. O homem precisa ser ouvido, acolhido e valorizado, e isso contribui para a construção da sua auto estima, para que se sintam confiantes para enfrentar os desafios. Então, a importância de uma relação está nas pessoas envolvidas, seja na sala de aula, em casa, no trabalho, na academia, etc.

No âmbito educacional não é diferente. As grandes correntes pedagógicas passaram a reconhecer a importância da afetividade nas atividades cognitivas e defender que afetividade e inteligência se fundem: a consciência afetiva dá origem à atividade cognitiva. A relação professor-aluno deve ser a mais próxima possível, baseada na partilha de sentimentos e respeito mútuo. O vínculo afetivo é um grande facilitador no processo ensino-aprendizagem, pois na criação deste vínculo o aluno passa a não se sentir sozinho, se sentirá acolhido, e quando o conteúdo é apresentado, as dificuldades são logo percebidas e aceitas como parte do processo de ensino-aprendizagem, auxiliando na superação das dificuldades e facilitando assim o aprendizado. A afetividade tanto no contexto social como educacional pode tornar as relações mais produtivas, pois se estiver aliada a sentimentos de respeito, gentilezas, compreensão, etc., pode fazer com que o relacionamento se torne mais próximo e as interações permitam mais e melhores trocas.

A afetividade nas relações interpessoais

As relações interpessoais estão condicionadas ao contexto sócio-cultural. A convivência das pessoas do grupo e o contato com diferentes grupos sociais possibilita a construção do auto-conceito da pessoa. Através do auto-conceito a pessoa reflete suas ações e a forma como é percebida e tratada pelas outras pessoas.

A convivência em grupos diversificados que contribuem com a formação das pessoas. Por isso nas relações interpessoais, as pessoas que se sentem inferiores ou discriminadas, acabam se tornando hostis ou indiferentes, já as que se sentem acolhidas se sentem confiantes e otimistas para enfrentar os desafios, são alegres e determinadas. A qualidade das interações ocorridas no grupo é que poderá levar a pessoa ao desenvolvimento de suas capacidades, sejam elas cognitivas ou afetivas.

Na educação torna-se claro a importância das relações interpessoais e afetividade no processo ensino-aprendizagem. O desenvolvimento do ser humano acontece por meio da interação entre suas condições biológicas, sociais, históricas e culturais.

A afetividade na comunicação/interação em uma sala de aula virtual

Existem vários estudos que apontam a importância dessa primeira relação de afetividade no processo de ensino-aprendizagem. Na modalidade de EaD podemos dizer que é mais difícil criar um vínculo afetivo entre os alunos e também na relação professor-aluno do que quando eles estão todos juntos em sala de aula, numa convivência diária, porém na educação à distância o afeto torna-se ainda mais necessário para o sucesso desse processo.

É presumível exprimir que as afetividades num Ambiente Virtual de aprendizagem (AVA) pode ter um componente fantasioso ainda maior, por envolver a falta de elementos sensoriais que são substituídos por formações arquetípicas de cada indivíduo formando uma pseudo-forma do outro. Este fenômeno pode-se discutir, torna as questões afetivas muito complexas e ricas.

A comunicação/interação do professor ou do tutor com o aluno é primordial para que o aluno se sinta acolhido, que suas dúvidas sejam sanadas, que ele não se sinta sozinho, que ele se sinta estimulado e confiante nas tarefas que tem que enfrentar no curso. A comunicação/interação com os outros alunos é a troca esperada de informações e experiências do mundo escolar e social. Quando estão em grupos o desenvolvimento da afetividade ocorre com maior frequência. Baseado nessas considerações uma sala virtual deve disponibilizar espaços para essas interatividades formais ou informais, como usar fóruns, chats, desenvolvimento de tarefas em grupos, etc.

Dificuldades para promover a afetividade em uma sala de aula virtual

Em EaD, quando unimos a tecnologia a uma proposta pedagógica baseada na interação, no aprender a aprender, na afetividade, é de suma importância que se pense além da técnica e enxergue o ser humano que está atrás do computador.

Para o docente, muitas vezes, as antipatias e discussões oriundas de desentendimentos de falas é um grande desafio. A falta de habilidades com os tratamentos em ambientes virtuais pode ser um fator a gerar desafetos e discordâncias que podem comprometer fundamentalmente a harmonia do grupo gerado. Assuntos não interessantes ou não relevantes ao curso podem causar irritação ou desânimo.

Nos ambientes virtuais, as relações afetivas podem parecer frias e desprovidas de qualquer aproximação maior. A distância do professor/tutor ou mesmo do aluno no processo de aprendizagem pode causar desânimo ou indiferença. Contudo, mesmo uma observação amadora comprova que afetividades, afinidades e antipatias se criam igualmente a uma situação convencional de um convívio social regular.

O comportamento afetivo

O comportamento afetivo influencia profundamente o desenvolvimento intelectual, pois o desenvolvimento humano tem um elemento cognitivo e outro afetivo que se desenvolvem paralelamente, a cognição e a afetividade estão ligados, se interagem, e a afetividade é o combustível para o desenvolvimento da inteligência, acelerando ou diminuindo a velocidade do desenvolvimento.

No processo ensino-aprendizagem é fundamental que o professor crie vínculos com o aluno e, para isso, deve-se tratá-lo de forma individual e afetiva. O professor deve observar seus talentos, suas potencialidade, seus dons e sua história de vida. Tratá-lo pelo nome, mostrar preocupação pelos seus problemas e elogiá-lo pelo seu trabalho. Esse comportamento afetivo é que faz com que elos sejam criados e liguem afetivamente professor e aluno.

Relação afeto, cognição e inteligência

É impossível ter afetividade sem a sua ligação a elementos cognitivos, ou mesmo ter elementos cognitivos sem ligação com o afeto. A afetividade está intimamente ligada à construção da auto-estima. Se essa auto-estima é positiva, a pessoa tem uma boa imagem de si, acredita que outras pessoas gostam e confiam nela, mas se for negativa, a pessoa achará que não gostam e não acreditam nela.

A pessoa que tem uma boa auto-estima aprende com mais facilidade, enfrenta suas tarefas de aprendizagem com confiança em si mesmo, provavelmente terá bom desempenho, o que reforça bons sentimentos, pois a cada sucesso ela se considera mais competente, sua capacidade de enfrentar desafios é maior e torna-se psicologicamente mais saudável. Já quem tem uma auto-estima negativa, teme situações que possam expor seus sentimentos e pensamentos, já se sente um fracassado ou incompetente. A afetividade é uma das peças chave no processo ensino-aprendizagem, através do vínculo afetivo criado na relação professor-aluno e aluno-aluno, o aluno passa a ter um sentimento que irá nortear sua aprendizagem.

Reflexão e análise das relações afetivas na sala de aula virtual

Em ambas as modalidades de ensino, presencial e a distância existem falhas de comunicação, desafetos e relações afetivas, a diferença se apresenta no tratamento que cada uma recebe, o professor em qualquer modalidade deve ser atuante não só na construção de estratégias e meios de comunicação capazes de levar até os alunos as orientações do professor, mas deve também ser mediador e usar elementos facilitadores do processo educativo, numa efetiva aprendizagem.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Atribuições do tutor na Educação a distância

Uma das principais atribuições do tutor na Educação a distância é acompanhar o aluno a distancia, bem como orientá-los em seus estudos e ajudar no seu processo de aprendizagem. Isso se dá a partir da criação de vínculos de proximidade, sem abandono do profissionalismo, de maneira a quebrar as barreiras das distâncias, incentivando-os, encorajando-os e construindo vínculos afetivos.

De que maneira podemos visualizar e compreender melhor esses vínculos afetivos? O fórum é um autêntico espaço em que esses vínculos são criados. Ao abrir um fórum, o tutor se apresenta e dá as boas vindas aos alunos e, durante todo o tempo de uso do fórum, o tutor deve acompanhar as discussões instigando os alunos a colaborarem com as idéias dos colegas de maneira a concordarem ou não, sempre no sentido de construir vínculos de ensino e aprendizagem.

Ao termino de cada fórum é indicado que o tutor faça um apanhado das principais ideias elencadas durante toda a interação/discussão ocorrida no mesmo, de maneira a construir uma síntese para os alunos, como se fosse uma síntese da semana de estudo sobre um assunto discutido.

Essa metodologia contribui para que o aluno compreenda que a sua participação no fórum estará a todo o momento sendo avaliada e, com isso, as suas postagens podem se configurar em produções cada vez mais ricas e estimulantes.

O modelo de feedback contínuo das atividades, de maneira a orientar a execução do exercício, antes, durante e depois de seu desenvolvimento tem mostrado, em minha experiência, que o tutor e, por conseguinte, o curso no qual ele está envolvido, ganham em eficiência e eficácia, pois garante a comunicação contínua entre alunos e agentes educativos – criando aproximações na Educação a Distância.

Busca-se, com estas ações, o comprometimento do aluno com a formação dos agentes envolvidos nesta modalidade de educação, ou seja, um aluno autônomo, na perspectiva apresentada por Freire (1997), na qual a autonomia é a capacidade e a liberdade do aprendiz de construir e reconstruir o que lhe é ensinado.

Essas ações são significativas, uma vez que o aluno do curso a distancia traz para o ambiente virtual, práticas adquiridas de sua experiência em cursos presenciais, em que o professor em sala de aula orienta e define os seus métodos de aprendizagem e também garante mediações cotidianas face a face.

Diferente do ensino presencial, em que encontramos situações nas quais, a presença física do aluno se sobrepõe à presença intelectual (quando valoriza-se mais o estar na sala de aula do que a participação na mesma, por exemplo), na Educação a Distância um dos principais desafios é a necessidade de participação intensiva do aluno a todo o momento no curso. Ou seja, sua presença é detectada através de sua ação intelectual contínua dentro do curso. Na EaD há uma cobrança muito mais intensa por participação e aprendizagem dos temas e conceitos trabalhados, mostrados através dos registros no AVA.

Dessa forma, o aluno acostumado com a educação presencial descobre, na prática, que a EaD exige um nível de organização e disciplina muito maior do que aquela específica dos espaços presenciais.

Conforme dissemos anteriormente, em um curso virtual o aluno precisa ser autônomo, criar o seu próprio método de aprendizagem, desenvolver técnicas de estudos que o ajudem a estudar sozinho, apesar de não se sentir solitário. Isso ocorre devido ao fato do curso a distância ter as mesmas exigências que um curso presencial, com um elemento singular: não há a presença física do aluno e do professor. Dessa forma, torna-se necessário ao aluno definir quando e quanto tempo irá dedicar à leitura dos seus textos e desenvolvimento das suas atividades sejam as propostas no material de estudo sejam as solicitadas no AVA.

Para contribuir com a organização dos estudos do aluno a distancia, uma sugestão para o tutor é o trabalho com agenda de atividades, no qual ele define seus horários de atendimentos ao aluno.
 
Ao trabalhar com agenda o tutor demonstra planejamento. Um tutor organizado pode contribuir de forma mais efetiva para organização de sua turma. Os alunos desenvolvem mais interesse no seu curso a distancia, se sabe que podem confiar no seu tutor e se aquilo que ele solicita ao aluno é algo que ele mesmo já desenvolveu. Apesar da flexibilidade da EaD, é necessário que o tutor tenha tempos específicos de dedicação (estudos e orientação) e que o aluno saiba destes tempos.

O Perfil do Tutor

Primeira parte da entrevista com Athail Pulino, professor do Departamento de Engenharia Ambiental e Civil da Universidade de Brasília (UnB), diretor do Centro de Educação a Distância da UnB (CEAD-UnB) e um dos fundadores da plataforma Aprender da UnB. Neste bate-papo com o Conexão EaD, o professor Athail Pulino esclarece as principais dúvidas de tutores em relação ao trabalho de tutoria.

Apresentação: Sílvia Urmila. Equipe de produção: Fernando de Castro, Jean Lima, Paulo Higino, Rossana Beraldo, Sayuri Hirako.


Segunda parte da entrevista com Athail Pulino, O Papel do Tutor na aprendizagem.


Educação a Distância: as diferentes mídias

Extraído e adaptado de: Design Instrucional: Reflexões e práticas sobre o curso “as potencialidades da internet para o Ensino presencial”. Autor: Ramon Orlando de Souza Flauzino.

Educação a Distância: as diferentes mídias

Analisando a história da educação a distância, percebe-se o uso de diversas mídias e tecnologias que contribuíram na construção do conhecimento. Todas as mídias e tecnologias (televisão, rádio, material impresso e mais recente, a web) foram importantes na expansão dessa modalidade de ensino. A presença física como requisito básico para ensino e aprendizagem tem cedido espaço a aprendizagem a distância.

Os primeiros cursos a distância eram iniciativas isoladas de Instituições que possuíam uma visão avançada da educação e das potencialidades do homem para aprender e constituir-se um ser social e ativo na sociedade. Conforme Freire (2009) o respeito a autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros. Nesse sentido a educação deve contribuir na formação do sujeito e no desenvolvimento de sua autonomia, atuando como facilitadora no ingresso do homem na sociedade como um ser ativo, crítico e consciente.

O professor que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto estético, sua inquietude, a sua linguagem, mais precisamente, a sua sintaxe e a sua prosódia; o professor que ironiza o aluno, que o minimiza, que manda que “ele se ponha em seu lugar” ao mais tênue sinal de sua rebeldia legítima, tanto quanto o professor que exige o cumprimento de seu dever de propor limites à liberdade do aluno, que se furta ao dever de ensinar, de estar respeitosamente presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência (FREIRE, 2009,p. 59). A postura ética é fundamental nas relações e mediações que ocorrem nos cursos a distância, pois contribuirá na formação crítica do sujeito e proporcionará melhor aprendizado. A educação a distância foi implementado com o uso de diversas metodologias e potencializado pelo uso das tecnologias mais modernas da época. As metodologias utilizadas compõem o histórico do ensino a distância.

- Ensino por correspondência:

Esta modalidade de estudo é também chamada de estudo em casa e estudo independente introduziu o ensino a distância. Há registros de experiências que datam do fim do século XX nos Estados Unidos, Pensilvânia, Grã-Bretanha e em diversos países da Europa. O motivo principal para os primeiros educadores por correspondência era a visão de usar a tecnologia para chegar até aqueles que de outro modo não poderiam se beneficiar dela. Naquele tempo, isso incluía mulheres e, talvez por esta razão, elas desempenharam um papel importante na história da educação a distância. Uma líder notável foi Anna Eliot Ticknor, que já em 1873 criou uma das primeiras escolas deestudo em casa, a Society to Encorage Estudies at Home (MOORE, 2007, p. 27). O ensino por correspondência, portanto, foi motivado pela necessidade de tornar o distanciamento geográfico um fator não primordial para que houvesse construção do conhecimento.

- Ensino transmitido pelo Rádio e Televisão:

No século XX com o surgimento do rádio e da televisão os educadores vislumbraram nestas tecnologias um meio possível para ampliar e aprimorar o ensino a distância. Em pouco tempo já eram divulgados os primeiros Telecursos cujo foco de atuação era a Educação Básica e o Ensino Superior. As aulas transmitidas pela televisão eram complementadas por guias de estudo impressos e livros didáticos que direcionavam os alunos para os conteúdos estudados. Neste momento percebe-se que o uso de diversas mídias é benéfico para a educação e assegura maior aprendizagem, na medida em que possibilita ao aluno escolher os recursos que lhe proporcionarão maior aprendizado (MOORE, 2007).

- Ensino pela tecnologia da comunicação:

No fim do século XX e principalmente no século XXI tem-se o uso do computador e da Internet no ensino a distância. No principio os equipamentos eram um tanto quanto rudimentares, hoje possuem mais alta tecnologia e têm se tornado, cada dia, mais acessíveis à população. Com a web o ensino a distância ganhou dinamicidade e aprimoramento das intervenções pedagógicas existentes. As atividades assíncronas foram complementadas com atividades síncronas como chats e entrevistas, enriquecendo a construção do conhecimento.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 2009.
MOORE, Michael. Educação a distância: uma visão integrada. São Paulo: Thomson, 2007.

Para entender um pouco mais sobre a Educação a distância: as diferentes mídias, assista o vídeo produzido pelo Jornal Nacional (Rede Globo).

Educação a distância – Corporativa

Ensino a distância vem sendo utilizado por grandes companhias para treinar número maior de funcionários. Conheça os exemplos de Intel e da Vivo.

Cada vez mais empresas estão utilizando a tecnologia para facilitar o treinamento dos funcionários. Por meio de ferramentas de ensino eletrônico, ou e-learning, grandes companhias estão economizando com viagens e locação de espaços para conferências.

Segundo dados da Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed), as empresas gastaram cerca de R$ 60 milhões com esses treinamentos em 2008, mas o potencial do mercado é muito maior, afirma Rodrigo Paiva, sócio do Instituto IOB, que atua na área de consultoria jurídica.

Atualmente, diz Paiva, mais de 2,5 milhões de pessoas no Brasil estão se valendo de educação através de novas tecnologias e quase 1 milhão fazem graduação ou pós-graduação no modelo a distância. Os números globais do setor também dão uma ideia do potencial. De acordo com a empresa de pesquisas IDC, os gastos com e-learning no mundo chegaram a US$ 6,6 bilhões no ano passado.

O maior filão desse mercado está nos cursos rápidos, voltados para a educação continuada de profissionais. “Ninguém pode ser dar ao luxo hoje de parar de aprender”, destaca Fredric Michael Litto, presidente da Abed.

A fabricante de chips Intel é uma das empresas que está se beneficiando do e-learning como ferramenta de treinamento. O modelo é utilizado para capacitar vendedores e parceiros da companhia, um contingente de 16 mil pequenas lojas de informática. No primeiro trimestre deste ano, mais de mil desses parceiros receberam aulas online, afirma Vanessa Martins, gerente de marketing da Intel.

Os treinamentos, explica ela, são focados nos produtos da empresa. Neles, os vendedores aprendem sobre os recursos de cada chip fabricado e suas aplicações práticas, além de técnicas de vendas, como a maneira mais eficiente de atualizar as vitrines das lojas. A intenção, com o uso do treinamento online, é que 90% dos canais de vendas recebam treinamento, o que seria praticamente impossível sem a ferramenta de e-learning.

A operadora de telefonia celular Vivo também vem se beneficiando do e-learning. Com 13 mil funcionários diretos e 16 mil colaboradores indiretos, a empresa enfrenta sempre um grande desafio na hora de lançar um novo plano de serviços ou comercializar aparelhos celulares de última geração. A saída foi optar pelo treinamento online. Segundo Lília Vieira, gerente de recursos humanos da empresa, os principais benefícios do modelo são a padronização das informações e a facilidade de acesso, que não precisa acontecer ao mesmo tempo por parte de todos os interessados.

A outra face do e-learning é o da produção desses conteúdos utilizados pelas empresas. É nesta área que aposta a IOB. O uso do ensino a distância, para a consultoria jurídica, permite a ampliação da capilaridade dos cursos que já oferece em algumas capitais, principalmente São Paulo. Com o modelo eletrônico, a expectativa é ampliar de 15 mil para 50 mil o número de frequentadores dos cursos em um ano.


Para entender um pouco mais sobre a Educação a distância – Corporativa, assista o vídeo produzido pelo Jornal Nacional (Rede Globo).

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Panorama atual da EaD

Autora: *Amanda Tolomelli Brescia

A oferta dos cursos a distância tem se desenvolvido em inúmeros países. O desenvolvimento tecnológico é um dos fatores que possibilita tal ampliação e abre oportunidades de escolarização tanto em localidades de difícil acesso à educação superior, quanto em países que são referências devido ao alto padrão de qualidade do ensino ministrado nos mesmos. Simplificando, a Educação a Distância hoje é um fenômeno global.

Temos diversos tipos de instituições, desde aquelas que tem tradição no ensino presencial e que agora estão ampliando suas fronteiras, até universidades totalmente virtuais, que não possuem campus, mas que disponibilizam cursos reconhecidos pela sociedade por sua qualidade e amplitude de oferta.

Outra realidade que não pode ser esquecida são as universidades corporativas ou apenas cursos corporativos que as empresas tem desenvolvido (internamente ou a partir de terceiros) para garantir a educação continuada de seus funcionários ou mesmo realizar pequenas capacitações internas.

Para termos uma pequena noção da amplitude que a Educação a Distância tem adquirido nos últimos anos, o crescimento em número de alunos matriculados foi de cerca de 285%, passando de 300 mil alunos em 2004 para 856 mil em 2009.

Quando falamos da Ead no Brasil, podemos citar alguns projetos que hoje são referências da Educação a Distância e que promovem cursos de diversos níveis, mas todos com qualidade indiscutível, sendo alguns exemplos:

Cederj (http://www.cederj.edu.br/): Este consórcio foi criado em 2000 e tem por objetivo principal a democratização do ensino superior público, gratuito e de qualidade do estado de Rio de Janeiro (porém, isto não significa que nós, de outros estados, não possamos estudar pelo consórcio). Este consórcio foi feito entre o Governo do Estado do Rio de Janeiro e seis universidades públicas (UERJ, UENF, UFF, UNIRIO, UFRJ e UFRRJ. O consórcio disponibiliza cursos e programas de licenciaturas, em Pedagogia, Ciências Biológicas, Administração, entre outras, todas credenciadas pelo MEC.

UniRede (http://www.unirede.br/): Consórcio criado em dezembro de 1999, com a nomenclatura de Universidade Virtual Pública do Brasil, reunindo mais de 70 universidades federais, estaduais e municipais de todo o país. Inicialmente tinha por objetivo o mesmo que o Cederj, a democratização do ensino. Hoje a UniRede atua em programas de capacitação em diversos níveis (pós-graduação, graduação, extensão e educação continuada), atendendo à capacitações de professores do ensino fundamental e médio.

Projeto Veredas (http://www.fae.ufmg.br/veredas/): Por iniciativa da Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais, este projeto surgiu também em 2000 e buscava a formação superior de professores para atuar no ensino fundamental, cumprindo assim a exigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Em parceria da Secretaria de Educação com Instituições de Ensino Superior públicas, comunitárias e privadas este projeto contou com um número de matrículas inicial superior ao esperado, chegando a 14.196 cursistas apenas em Minas Gerais, sendo que posteriormente este programa foi exportado para outros Estados.

UAB (http://www.uab.mec.gov.br/): Este é um exemplo de grande valia, pois possivelmente é o maior consórcio de instituições públicas do Brasil que está ativo e atuante hoje em dia. A Universidade Aberta do Brasil (UAB) foi criada em 2005 e hoje conta com 88 instituições (entre elas universidades federais, universidades estaduais e Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia). Até julho de 2009 haviam sido instalados 557 polos de apoio presencial aos cursos oferecidos, somando cerca de 187.154 vagas. Tendo como previsão a criação de mais 200 polos, com 127.633 vagas para 2010, a UAB é considerada um grande passo para a Educação a Distância em nosso país.

Tratando de Universidades Abertas, temos também exemplos na Índia, Turquia, Indonésia e China, onde o sistema é diferente do Brasil, sendo que todos os alunos são aceitos nos programas de especializações, porém é utilizado o sistema de “funil ao contrário”, exigindo muita dedicação e com isto dificultando que os alunos completem seus estudos.

Fazendo um panorama geral da Educação a Distância no mundo, reconhecemos os seguintes aspectos:

Nos Estados Unidos cerca de 66% das instituições de ensino superior possuem algum curso em EaD, estimando 4 milhões de alunos.

Na França os ensinos fundamental e médio são os mais procurados na modalidade, cerca de 105 mil estudantes por ano. Por ter um ensino muito barato (convertendo, chegando a cerca de R$440 para a graduação e R$902 para o doutorado) a oferta de cursos à distância fechou uma lacuna que existia e hoje se pode dizer que na França, só não estuda quem não quer.

Na Espanha com a crise que atingiu a União Européia e todo o mundo a partir de 2008, a taxa de desemprego poderá alcançar 20% da população até 2011. Com isto, o investimento na educação em geral, mas especialmente na Educação a Distância está bastante acentuado. Sem trabalho, o estudo que chega aos domicílios espanhóis parece uma excelente chance de esperar a passagem da tempestade econômica.

Para finalizar, não podia deixar de falar um pouco sobre a nossa realidade, que já conta com 2,6 milhões de matrículas na modalidade, nos 1.752 cursos oferecidos em diversos níveis, passando por áreas como Administração, Pedagogia, RH e Gestão, Computação e Tecnologias.

* Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado de Minas Gerais (2007), Especialista em Gestão de Pessoas e Projetos Sociais pela Universidade Federal de Itajubá pelo projeto UAB (2009) e atualmente cursando especialização em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância pela Universidade Federal Fluminense (2010). É autora de materiais didáticos para cursos a distância, tutora a distância e possui experiência como Orientadora Pedagógica de EaD. Atua também como tutora a distância no curso de especialização lato sensu em Produção de Material Didático para a Diversidade pela Universidade Federal de Lavras, em parceria com a UAB e co-responsável pela coordenação pedagógica do E-tec do CEFET-MG. É aluna regular do Mestrado em Educação Tecnológica do CEFET-MG.

Para entender um pouco mais o panorama atual da Eucação a Distância, assista o vídeo produzido pelo Jornal Nacional (Rede Globo).

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Livro “Redes e Comunidades: Ensino-Aprendizagem pela Internet”

O livro Redes e Comunidades: Ensino-Aprendizagem pela Internet, de Jaciara de Sá Carvalho pode ser resumido numa breve apresentação da própria autora:

“Redes sociais”, “comunidades virtuais”, “redes de aprendizagem on line”, “comunidades virtuais de aprendizagem”… São muitas as novas expressões que circulam e se misturam no cotidiano daqueles que educam, ou desejam educar, pela Internet, mas que nem sempre atentam para as distinções e características que podem fazer a diferença na prática educativa.

O Livro está disponível em formato PDF em: http://www.paulofreire.org/Crpf/CrpfAcervo000229

Celulares e Tablets em sala de aula

Escrito por: Maria Angélica Oliveira

Enquanto muitos adultos procuram manter as crianças longe de seus smartphones, o americano David Thornburg, consultor em tecnologia e educação, se orgulha de ter criado um aplicativo para a neta brincar de desenhar na tela do aparelho. E, se alguns professores torcem o nariz para o uso de celulares em sala de aula, ele se empolga ao contar como ficou impressionado diante da atitude de uma aluna que, durante a aula, usou o aparelho para filmar um experimento que fazia e, dali mesmo, postou o vídeo no YouTube.

Para ele, smartphones e tablets são tecnologias que estão quebrando paradigmas, já fazem parte do dia a dia e podem, sim, ser incorporadas às salas de aula.

“O ponto principal é que deve haver regras sobre o que é apropriado e o que não é apropriado. Por exemplo, se uma criança usa o celular de uma forma que não é apropriada, e continua usando mesmo após ser alertada, o celular pode ser recolhido. Aí, os pais têm que ir até a escola para retirar o aparelho”, sugere. Segundo ele, o método funciona. “Nenhuma criança quer ficar constrangida”, argumenta. Além disso, o consultor defende que os professores precisam de ajuda para saber como utilizar tantas ferramentas nas aulas.

Engenhocas tecnológicas

Thornburg provocou o público da Educar 2011, feira realizada em São Paulo, ao mostrar que a tecnologia pode ser utilizada na aprendizagem. Ele apresentou engenhocas tecnológicas que podem ser incorporadas por professores em suas aulas. E antes que alguém pudesse dizer que aquilo deveria custar milhares de reais, ele se antecipava em falar quanto havia gasto.

Uma das engenhocas apresentadas foi uma máquina de design em plástico. Ela funciona como uma impressora que esculpe objetos de acordo com desenhos feitos no computador. “As pessoas dizem ‘tecnologia é muito caro, não posso ter’. Isso não é verdade”, afirma. O aparelho em questão custa de R$ 2 mil a R$ 4 mil, afirma. “Os alunos podem ter aula de geometria, construir algo e levar pra casa”, argumenta.

Também fez sucesso um instrumento musical interativo que custa, segundo o especialista, menos de R$ 300. Duas hastes paralelas projetam feixes de luz que captam os movimentos das mãos e os traduzem em melodias. Os tipos de sons são projetado na tela do computador, o que possibilita saber que tipo de música se está “tocando”.

Jantar via Skype

O especialista defende a experimentação, o compartilhamento e a criatividade em fazer novos usos da tecnologia. E apresenta seus próprios exemplos de como fazer isso. “Nós temos uma filha em Curitiba. Como experimento, nós colocamos uma tela de computador na mesa e colocamos uma câmera em cima. E ela fez o mesmo em Curitiba. Se quiséssemos, poderíamos jantar juntos via Skype. Ela nos veria e nós a veríamos com seu noivo. Só não poderíamos passar as batatas”, brincou.

“Use sua criatividade, você pode encontrar meios baratos de incrementar as coisas”, recomenda.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Uso de Redes Sociais nas escolas

Um estudo da Masters in Education avaliou 1127 alunos de 2 instituições americanas para tentar entender a relação entre a performance escolar e a utilização das redes sociais. O resultado foi surpreendente: ao contrário do que muitos podem pensar, os alunos que mais utilizam Facebook, Twitter e afins são, também, aqueles que se dão melhor nas avaliações.

Mas de que maneira as redes podem ajudar nos estudos? Segundo os pesquisadores, alguns alunos criaram seus próprios grupos de estudo via mídias sociais, de forma espontânea. Já do lado dos professores, utilizar essas ferramentas dentro de sala de aula faz com que o interesse dos alunos aumente significativamente. Uma das professoras notou uma melhora de 50% nas notas com o uso desse artifício em sala. Já 20% dos alunos completaram até deveres extras utilizando Facebook e blogs.

Extraído de : http://olhardigital.uol.com.br/jovem/digital_news/noticias/vai_mal_na_escola_entao_use_bastante_as_redes_sociais

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Possibilidades didáticas sobre o uso do Twitter

No artigo Culturas Escritas y Escuela: Viejas e Nuevas Diversidades, as pesquisadoras Natalia Zuazo e Mirta Castedo argumentam que o Twitter é uma ferramenta tecnológica que permite trabalhar com versões reduzidas de diferentes gêneros textuais, como notícias e contos, escritos em até 140 caracteres.

Leia a reportagem na íntegra em:

Escolas estaduais de São Paulo terão disciplina de educação empreendedora

Autora: Karla Santana Mamona

Para incentivar o empreendedorismo entre crianças e jovens, o Sebrae-SP em parceria com a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo incluirá uma nova disciplina no currículo escolar dos alunos de primeiro ao nono ano do Ensino Fundamental nas escolas estaduais.

Esta é a primeira vez que o projeto, denominado de Educação Empreendedora, é levado para a rede de escolas estaduais paulistas. A iniciativa, que já existe em escolas particulares e municipais, começará pela capital e Baixada Santista.

Neste segunda-feira (18), terão início as atividades das primeiras turmas de capacitação de professores da capital, nas regiões Sul e Oeste. Na terça-feira (19), começam a ser treinados professores de São Vicente.

Aulas em agosto

Com a capacitação, as atividades poderão ser iniciadas nas escolas em agosto. Vale destacar que a disciplina não é obrigatória, e o programa estará disponível a todas as escolas que demonstrarem interesse.

Durante as aulas, serão abordados temas que ensinarão os alunos a trabalhar em equipe, aprender com os próprios erros e desenvolver a percepção do que acontece ao seu redor.

Os alunos também realizarão projetos que demandam comportamento e cultura empreendedora, ética, cidadania, cooperação, inovação e sustentabilidade. Eles serão estimulados a desenvolver comportamentos empreendedores, por meio de informações básicas sobre empreendedorismo. Com atividades lúdicas, buscam colocar o aprendizado em prática, por meio da montagem de loja e criação de produtos.

Sobre o programa

O programa lançado em 2002 já capacitou 9.794 professores. Ao todo, 275.535 alunos participaram da iniciativa em todo o estado.

sábado, 16 de julho de 2011

Curso: Bullying e Cyberbullying: Entendendo para combater

Curso online: Bullying e Cyberbullying: Entendendo para combater

O Curso será realizado na modalidade totalmente on-line, não havendo nenhum encontro presencial.

Descrição
O curso proporciona aos participantes conhecimentos sobre a temática do bullying e cyberbullying, fornece informações sobre as diferentes formas de bullying, como identificar os sinais do bullying nas vítimas e agressores. Oferecerá ainda, informações pertinentes para a orientação de pais e responsáveis por crianças e adolescentes, para que, através do conhecimento, se fortaleçam e se tornem capazes de prevenir a violência física e psicológica nas escolas, nos lares e nos ambientes virtuais.

Valor: R$ 30,00

Público-alvo
O curso é destinado aos professores, psicólogos, pais, animadores sócio-culturais, agentes educadores, estudantes e outros profissionais das áreas sociais, que pretendam adquirir conhecimentos nesta área de atuação. Toda a comunidade interessada.

Mais informações em:


O curso esta disponível no portal LEARNCAFE

 O Learncafe é um portal de ensino à distância que tem por objetivo conectar ALUNO & PROFESSOR, oferecendo recursos e ferramentas que visam a facilitar o ato de aprender e ensinar.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Netiquetas

A boa convivência na Internet depende de uma série de regras conhecidas como netiquette, netiqueta ou etiqueta na rede. As regras incluídas na etiqueta não foram definidas por uma autoridade no assunto, mas criadas pelos próprios usuários ao longo do tempo. Também não existe um texto único e definitivo sobre o tema, mas várias interpretações espalhadas pela rede. Aqui você vai encontrar uma pequena compilação das regras mais importantes assim como a lista dos documentos que foram consultados.

E-mail
 
• Uso de maiúsculas - Nunca use CAIXA ALTA em todo o seu texto. Convencionou-se na Internet que a caixa alta serve para fazer de conta que você está GRITANDO. Somente utilize maiúsculas quando quiser dar ênfase a algumas palavras.

• Use citações em respostas - Quando estiver escrevendo uma resposta a uma mensagem que chegou por e-mail, cite uma parte do texto recebido para que o autor saiba do que você está falando. Isso é particularmente importante se o seu correspondente se comunica com diversas pessoas via e-mail ou se você demorou vários dias para escrever a resposta.
 
Fóruns
 
• Acompanhe a discussão - Antes de entrar em uma discussão, leia todas as mensagens enviadas até o momento sobre aquele assunto e faça uma adequação do tom de sua mensagem à linguagem utilizada pelos demais participantes. Também é importante conhecer as opiniões já manifestadas para não ficar repetindo idéias já utilizadas. Enviar opiniões do tipo "também acho", “concordo com o que foi dito...” são dispensáveis.

• Mantenha-se no tema - Uma das formas mais fáceis de comprar briga em grupos de discussão é enviar mensagens com assuntos fora do tema do grupo. Leia a FAQ do grupo para saber o que pode ser discutido e quais são os tipos de mensagens indesejáveis.

• Evite mensagens inflamadas - Conhecidas em inglês como flames, as mensagens inflamadas são a praga dos grupos de discussão. Uma vez iniciada uma corrente de flames é difícil conter os ânimos. Quando receber uma mensagem desse tipo, ignore-a.

• Pense globalmente - Tenha em mente que podem existir no grupo participantes de nacionalidade, raça, credo, idade e sexo diferentes do seu. Tome cuidado nos seus comentários para não ofender seus companheiros.

Quem são os coordenadores pedagógicos no Brasil?

Um resumo das características do profissional que atua nessa função

90% são mulheres
88% já deram aula na Educação Básica
76% têm entre 36 e 55 anos
A maioria tem mais de 5 anos de experiência na função


Leia a repostagem na íntegra em:

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Livros de papel vão deixar a Coréia do Sul até 2015

A Coréia do Sul é um dos países que tem a melhor conexão de internet do mundo e irá usar isso a favor do meio ambiente já que, até 2015, só vai usar livros digitais com todos alunos do país.

O governo sul-coreano vai investir mais de R$ 3,2 bilhões para fazer isso funcionar. Os livros de papel serão substituídos por livros digitais em tablets. O ministério da Educação, Ciência e Tecnologia (veja, um só para tudo isso e funciona) informou que os livros terão conteúdo tradicional e também multimídia (vídeos, músicas etc) e todas escolas vão possuir redes Wi-Fi para que os alunos tenham acesso aos livros e conteúdos disponíveis na web.

Para as famílias de baixa renda, o governo irá fornecer tablets de graça. A distribuição, aliás, deve começar logo já que nessa primeira fase os livros em papel vão conviver com os digitais até que, em 2015, seja feita a transição total.

Vale lembrar que, dependendo do tablet ele vai poder ser usado até como carderno e aí menos papel será feito.


'Efeito Google' reduz a memória, diz estudo

Os motores de busca como Google e as bases de dados na internet se transformaram em uma espécie de "memória externa" do nosso cérebro, indica um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista científica Science. De acordo com a descoberta, as pessoas perdem a memória retentiva de dados, mas ganham habilidades de procura.

Segundo Betsy Sparrow, professora da Universidade de Columbia, em Nova York, e autora do estudo, os educadores e cientistas já advertiam que o homem está se tornando cada vez mais dependente das informações online. Até agora, porém, poucos estudos confirmavam essa relação.

O estudo Google Effects on Memory: Cognitive Consequences of Having Information at Our Fingertips sugere que a população começou a usar a internet como seu banco pessoal de dados. Para chegar aos resultados, foram realizados experimentos com mais de 100 estudantes de Harvard para examinar a relação entre a memória humana, a retentiva de dados e a internet.

Os pesquisadores descobriram que, se os estudantes sabiam que as informações poderiam estar disponíveis em outro momento ou que poderiam voltar a buscá-la com a mesma facilidade, não lembravam tão bem a resposta como quando achavam que os dados não estariam disponíveis.

O estudo mostrou ainda que as pessoas não lembram necessariamente como obtiveram certas informações. No entanto, tendem a lembrar onde encontraram os dados que precisam quando não são capazes de lembrar exatamente as informações. Além disso, a equipe descobriu que, quando os participantes não sabiam dar respostas às perguntas, automaticamente pensavam em seu computador como o lugar para encontrar as informações necessárias.

Inspiração - Foi justamente uma experiência pessoal de Sparrow que a levou a analisar os hábitos de estudo e aprendizado das novas gerações. Ela percebeu que recorria com frequência à base de dados de cinema IMDB (The Internet Movie Database) para lembrar o nome de alguns atores. Sparrow diz que não ficou surpresa ao constatar que cada vez mais pessoas não memorizam dados porque confiam que podem consegui-los com suas habilidades de busca. "Somos realmente eficientes", destaca.

Sparrow menciona o doutor em Psicologia Daniel Wegner e professor Universidade de Harvard, que há 30 anos já havia elaborado a teoria da "memória transacional", referente à capacidade de dividir o trabalho de lembrar certo tipo de informações compartilhadas.

Como exemplo, ele apontava um casal em que o marido confia que a esposa lembre datas importantes, como consultas médicas, enquanto ela confia que ele lembre nomes de parentes distantes. Assim, ambos não duplicam informações nem "ocupam" memória.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Jogos e Educação

*Amanda Tolomelli Brescia

Se você tem filhos, netos, sobrinhos ou contato com crianças e adolescentes já deve ter percebido o quanto a maneira de estudar e principalmente, de aprender destes estudantes é diferentes da dos adultos.

Esta diferença não se deve apenas ao fato deles serem jovens e crianças ainda, mas sim por eles terem nascido em uma geração que possui tecnologias avançadas de informação e comunicação, eles são conhecidos como nativos digitais. Estes nativos digitais esperam que as informações sejam de fácil acesso e que a qualquer momento eles encontrem pessoas ou maneiras de acessar ajuda no que estão fazendo.

Uma outra mudança que estamos vivendo em nossa sociedade é que as fronteiras entre trabalho, diversão e estudo estão desaparecendo nitidamente, sendo assim nós, os educadores, precisamos também repensar como ensinar (ou como auxiliá-los na busca da construção do conhecimento) de maneira que seja fácil a eles acessar-nos e obter as informações necessárias e de maneira completa.

Uma das possibilidades que é levantada hoje por alguns autores é a utilização de jogos digitais na educação. Com esta escolha estaríamos diminuindo as barreiras entre a diversão e o ensino e também contribuindo para uma maior motivação de nossos alunos.

Imagina a cena a seguir: João tem 12 anos, passa a manhã toda jogando seu vídeo game de última geração, com gráficos muito bem desenhados, com som, movimentos reais, muitas cores, etc. Ele joga uma aventura que requer dele: muito raciocínio; perceber as sutilezas do jogo e as minúcias de cada “fase”. Ao meio dia ele toma banho, almoça e vai para a escola. Nesta, ele senta em uma cadeira desconfortável, lê livros densos, de temas que não lhe interessam, principalmente porque são descontextualizados de sua realidade e escuta a professora proferir sua aula expositiva (também descontextualizada). Você acredita mesmo que João estaria prestando atenção nesta aula? Ou estaria pensando em como vencer mais aquele desafio em seu jogo?

Mas, como levar para a sala de aula o jogo que ele estava utilizando e assim conseguir motivá-lo a aprender as matérias formais do currículo escolar? Isto não é necessário, mas sabemos de jogos que retratam tempos passados, retratam guerras que já aconteceram ou ainda que poderão acontecer. Realizar uma reflexão baseada nestes jogos não é uma opção para prender a atenção destes estudantes? Há também, jogos e programas de computadores que auxiliam no ensino da Matemática, tornando-a mais atrativa, sem falar nas possibilidades existentes para o ensino de Ciências e Geografia,

Os jogos digitais ensinam aos nossos estudantes algumas habilidades que são essenciais nos profissionais que o mercado de trabalho tem exigido, como o trabalho em grupo, a colaboração, a inovação, iniciativa, o senso crítico, tomar decisões rápidas e manter as decisões, mesmo quando parece que ela não foi a melhor escolha. Refletindo honestamente, no que a escola tem contribuído para a criação deste perfil profissional?

João Mattar possui um livro publicado sobre esta temática, que se chama “Games em educação: como os nativos digitais aprendem” que eu recomendaria a todos os pais, educadores e demais interessados nesta temática como leitura obrigatória antes de qualquer crítica aos vídeo games e computadores. Neste livro, por exemplo, o autor cita que enquanto nossos estudantes estão jogando, eles estão vivenciando os princípios básicos do método científico, que é composto de exploração, formulação de hipóteses, testes e reformulação das hipóteses.

Um exemplo de “jogo” que é muito utilizado na educação, inclusive em empresas que trabalham com Educação a Distância é o Second Life (mesmo este não sendo realmente um jogo que possui desafios a serem superados, objetivos a serem cumpridos). Ele é um mundo virtual, onde o jogador (no nosso caso, o estudante) constrói tudo da maneira que mais lhe apraz. Ele pode ser usado como um ambiente de interação, construção do conhecimento e de intercâmbio com outros estados do Brasil e até mesmo outros países.

Vale a pena construir uma comunidade com seus estudantes e explorar melhor este ambiente que pode ser utilizado no ensino de diversas disciplinas e também dos temas transversais, que os professores encontram tanta dificuldade de introduzir no currículo.

Este é apenas um exemplo, mas temos também muitos jogos que auxiliam no ensino da matemática, de português, de inglês, e das demais disciplinas. Porque não, ao invés de perguntar aos nossos estudantes, qual livro eles estão lendo, reformular para “qual jogo estão jogando?” Pense nisso!

* Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado de Minas Gerais (2007), Especialista em Gestão de Pessoas e Projetos Sociais pela Universidade Federal de Itajubá pelo projeto UAB (2009) e atualmente cursando especialização em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância pela Universidade Federal Fluminense (2010). É autora de materiais didáticos para cursos a distância, tutora a distância e possui experiência como Orientadora Pedagógica de EaD. Atua também como tutora a distância no curso de especialização lato sensu em Produção de Material Didático para a Diversidade pela Universidade Federal de Lavras, em parceria com a UAB e co-responsável pela coordenação pedagógica do E-tec do CEFET-MG. É aluna regular do Mestrado em Educação Tecnológica do CEFET-MG.

Pesquisa revela que 7 milhões de brasileiros estudam via internet

O número de usuários de internet no Brasil ultrapassa 63 milhões, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e, 11% deles – o equivalente a quase 7 milhões de internautas – estudam ou já estudaram à distância pela web. É o que aponta um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Segundo o levantamento, dentre os brasileiros que fazem cursos on-line, 22% têm ensino superior, e 21% pertencem à classe A. Além disso, 12% deles são homens, e 10% são mulheres. A maior concentração de estudantes está na faixa de idade que vai de 25 a 34 anos (16%), o restante está bem distribuído entre os brasileiros de 16 a 44 anos.

A educação à distância vem conquistando cada vez mais adeptos no país. Prova disso é que nos últimos sete anos, a procura de alunos por esse modelo de estudos disparou mais de 2.000%, passando de 40,7 mil para 838,1 mil estudantes matriculados no período.

Exigências do MEC travam educação a distância em áreas isoladas

O grande número de exigências do Ministério da Educação (MEC) para que universidades ofereçam cursos a distância inviabilizam a oferta nos municípios pequenos e isolados. A avaliação foi feita na 3ª Conferência sobre Educação a Distância — realizada entre 23 e 24 de junho, em São Paulo (SP) — pelo professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP) José Manuel Moran, que coordena os polos de apoio presencial da Universidade Anhanguera. “Com as exigências do MEC torna-se inviável oferecer educação a distância para aluno pobre em área isolada. É um problema para o atendimento dos menos favorecidos”, disse.

Entre as exigências, as universidades devem construir polos de apoio presencial com um número mínimo de alunos, livros e laboratórios, que, segundo Moran, exigem investimento elevado e sem retorno. “Se mantivermos esse modelo por mais dois ou três anos as instituições médias não conseguirão manter educação a distância”, comentou Moran. O MEC exige, por exemplo, biblioteca com um total mínimo de exemplares por alunos, laboratórios e um número base de professores e coordenadores. “Os cursos de saúde, por exemplo, são muito caros e não vão se sustentar sem um mix entre presencial e semipresencial. Ao contrário serão somente para a elite”. Para o MEC, as exigências visam garantir que os alunos matriculados não sejam prejudicados. “Está mais do que provado que a educação a distância pode ser oferecida com excelência. Por isso, não podemos correr o risco de instituições ainda mal estruturadas ampliarem a oferta de vagas sem garantir os direitos dos estudantes”, disse o ministro Fernando Haddad, em entrevista ao Portal MEC.

O MEC exige que as avaliações sejam realizadas presencialmente na sede da universidade e não nos polos. Para Moran, a medida prejudica os alunos de áreas isoladas, localizados distantes dos centros. “Além disso, o peso mínimo da avaliação presencial é 80% e o resto das atividades só vale 20%. Não é pedagógico porque o aluno vai construindo o aprendizado, mas tudo será avaliado em uma prova”.

“Existe preconceito com educação a distância e todo preconceito é baseado em algo real. Há um receio de banalização do ensino e um pensamento que esses cursos são só para conseguir diploma”, comentou Moran. “Essa, porém, é uma visão elitista da educação. Cursos a distância permitem que aqueles que estão em áreas isoladas do Brasil também façam o ensino superior”.

O Brasil tem 109 instituições que oferecem cursos de graduação a distância, das quais oito atendem a 416.320 alunos, o que representa 54,7% do total.


Extraído de: http://www.educacaoadistancia.blog.br/exigencias-do-mec-travam-educacao-a-distancia-em-areas-isoladas/